Sucessão

Requião cogita disputar vaga na Câmara Federal

A troca da candidatura ao Senado por uma vaga na chapa de candidato a deputado federal é uma das saídas que o governador Roberto Requião (PMDB) vem analisando nos últimos dias.

Insatisfeito com os rumos das articulações nacionais e estaduais para as eleições do próximo ano, o governador está buscando um jeito de permitir ao PMDB escapar ao destino de atuar como coadjuvante do PT ou do PSDB nas eleições do próximo ano.

A candidatura própria do vice-governador Orlando Pessuti não é vista como suficiente para dar ao partido uma posição de destaque no processo eleitoral ou garantir um resultado razoável nas eleições. A candidatura de Requião a deputado federal está sendo encarada por alguns setores como a “salvação da lavoura”.

Os cálculos já foram feitos. Como candidato a deputado federal, Requião poderia fazer, na expectativa mais modesta, entre 400 a 600 mil votos, ou um milhão de votos, segundo projetam os mais entusiasmados com a ideia.

Nas contas dos peemedebistas próximos ao governador, Requião ajudaria a eleger pelo menos cinco deputados federais, impulsionaria a chapa de candidatos a deputado estadual e, de quebra, ainda proporcionaria vitalidade à candidatura de Pessuti ao governo.

Vantagem

Uma das vantagens da mudança da posição de Requião na disputa é que, passados quatro anos, ele poderia novamente concorrer ao governo, projetam os peemedebistas. Como senador, ele não estaria tão à vontade para concorrer a um quarto mandato de governador e, se eleito, abandonar o Senado na metade do caminho.

Como candidato a deputado federal, Requião poderia transformar o PMDB em “protagonista” da eleição, ao invés de um mero partido linha auxiliar de outras candidaturas, raciocinam os peemedebistas.

Requião tem simpatias pela candidatura do governador paulista José Serra à presidência da República, mas não engole a candidatura do prefeito de Curitiba, Beto Richa, ao governo, se ele for o escolhido do partido.

Do outro lado, o governador continua dizendo que não quer ouvir falar em se aliar ao PT para apoiar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) à sua sucessão. Mas outros veem na hipótese de candidatura a deputado federal do governador uma forma de Requião ficar distante do congestionado território da disputa ao Senado.

Até o momento, além do governador do Paraná, são cinco os nomes que integram a lista dos possíveis concorrentes às duas vagas que estarão abertas em 2010: a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente estadual do DEM, Abelardo Lupion, o deputado federal tucano Gustavo Fruet, o presidente estadual do PP, Ricardo Barros, e o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos.

O senador Flávio Arns tem vontade concorrer à reeleição, mas já sabe que, no PSDB, os espaços estão tomados e as possibilidades são remotas. Arns tem como alternativa uma candidatura a deputado federal.

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