O senador Roberto Requião (MDB) reafirmou, nesta quinta-feira (8), sua intenção de sair candidato ao governo do Paraná. Em entrevista à Gazeta do Povo, o ex-governador por três mandatos disse que sua candidatura está baseada em um compromisso com o estado. E não poupou críticas ao governo de Beto Richa (PSDB).
“O Paraná precisa de uma pessoa experiente que conheça a estrutura e possa fazer isso funcionar. Não se trata de uma ambição pessoal”, diz. Ao afirmar que colocou seu nome à disposição do partido para o pleito, declarou estar “hoje com responsabilidade de concorrer ao governo para colocar o Paraná em ordem”, reforça.
“Vimos o que deu a novidade do Beto Richa. Irresponsabilidade, inexperiência, que acabou nas operações Voldermort, Quadro Negro e Publicano”, disse, enfático. E reclamou da gestão das empresas púbicas, citando Sanepar e Copel, administradas, em sua visão, para gerar lucros, e não para atender aos interesses da população. “Estamos sem governo”.
Requião reclamou também dos ajustes fiscais promovidos pela gestão atual, que congelou gratificações de servidores, e aumento de alíquotas do ICMS para micro e pequenas empresas, e ainda questionou a antecipação feita pelo governo de Richa quanto à distribuição de R$ 122 milhões de arrecadação antecipada de ICMS a prefeitos do Paraná.
“O que faz o Richa? Corta salário, aumenta impostos, elimina investimento, acaba com investimentos no estado”, reclamou. “É um governo de pessoas absolutamente incompetentes. É uma corrupção brutal e uma incompetência absoluta do governo”.
Chapa com Osmar Dias?
Questionado sobre a possibilidade de compor uma chapa com o também pré-candidato ao governo Osmar Dias (PDT), Requião lembrou que esteve com ele há pouco tempo e que propôs um programa comum entre as legendas que considerasse o que ele classificou como “barbaridades” ocorridas atualmente no Paraná. “No dia seguinte, vejo uma foto dele nos jornais com [Valdir] Rossoni e [Luiz Claudio] Romanelli”, aponta, ao lembrar do atual secretário-chefe da Casa Civil de Richa e do líder do governo na Assembleia Legislativa, respectivamente.
Ainda assim, não descartou a possibilidade de uma aliança com o pedetista. Ao afirmar ser militante político, disse estar mais interessado no Paraná do que em sua participação no processo eleitoral. E afirmou que gostaria de contar com o apoio de Osmar.
“Eu poderia ser mais útil no Congresso Nacional, para discussão dos temas brasileiros numa candidatura à Presidência da República, daria outro nível à discussão. Mas hoje minha responsabilidade maior é com o Paraná. Acabaram com o Paraná”.
Em dezembro do ano passado, o senador chegou a sugerir que uma aliança com o pedetista poderia ser retomada para o pleito. Em 2010, as duas legendas saíram juntas, sendo derrotadas ainda no primeiro turno por Richa.