Requião ataca aliança do PMDB com Dilma

A indicação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para formular a proposta de governo do PMDB, foi criticada ontem pelo governador Roberto Requião, pré-candidato a presidente pelo partido. “O meu partido está na mão do Meirelles provisoriamente.

Uma convenção absurda que foi feita em Brasília, sem tempo para que ninguém montasse uma chapa antecipada, e o PMDB foi colocado na mão da Associação de Bancos Internacionais do Brasil.

Praticamente o meu velho MDB de guerra está alugado pelo capital internacional”, atacou o governador, durante a escola de governo, no Museu Oscar Niemeyer. Requião, que não participou da convenção realizada domingo passado, declarou que não “engole” o acordo político que o partido está preparando na sucessão presidencial, em que o presidente reeleito, Michel Temer, alinhava o acordo para apoiar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, sem ouvir todos os setores do PMDB.

“E para mim, como governador e cidadão, é de paladar muito amargo, de gestão muito difícil, a aliança que nós estamos vivendo no Brasil nessa antecipação do processo eleitoral”, comentou o governador.

Arquivo

Requião: acordo muito indigesto.

Para o governador, o histórico de Meirelles não recomendaria sua ascensão a formulador do plano de governo do PMDB. “Então, o Temer está falando em coligação, mas está falando em uma coligação feita a partir de um plano de governo redigido pelo Meirelles que é o representante da Associação Internacional de Bancos no Brasil”, disse.

O histórico político do presidente do Banco Central foi refeito pelo governador do Paraná. Ele destacou que Meirelles foi eleito deputado federal pelo PSDB e entrou no PMDB por iniciativa do presidente Lula.

“Esse Meirelles foi eleito deputado federal pelo PSDB, morando nos Estados Unidos 30 anos. Voltou para Brasília, assumiu a presidência dos bancos, se candidatou e se elegeu por em belíssima votação por Goiás. Imagina qual foi a natureza dessa eleição e dessa popularidade do Meirelles. Foi nomeado presidente do Banco Central. Foi eleito pelo PSDB. Saiu do PSDB e entrou no PMDB em uma manobra da cúpula do governo”, disse.

Requião classificou como frágil a situação da economia brasileira, ao afirmar que está conduzindo com todo o cuidado as finanças estaduais. “E nós não podemos ousar e iniciar coisas que não possamos terminar. Ou melhor ainda, que o Estado não possa terminar em uma crise financeira no Brasil. Eu vejo a situação brasileira com relativo pessimismo. Os acordos políticos que estão surgindo, vocês vejam, no Brasil até agora quem representava o capital internacional, o interesse do capitalismo que fez com que os Estados Unidos falisse, quebrasse, era o Meirelles, o Henrique Meirelles que está no Banco Central. Ele foi presidente do Banco Boston”, repetiu o governador.

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