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Signorini: ação contra nepotismo no governo do Estado. continua após a publicidade |
O governador Roberto Requião (PMDB) voltou a criticar ontem os valores dos salários pagos no Ministério Público Estadual, ao comentar a ação civil pública que pede a demissão de todos os seus familiares e dos parentes dos secretários de Estado e do vice-governador que ocupam cargos em comissão, no Executivo.
Requião definiu a ação do Ministério Público como uma coisa ?absolutamente ridícula? e se declarou escandalizado com os salários dos integrantes do Ministério Público Estadual. Ele comparou os vencimentos de promotores com os salários de professores das universidades públicas estaduais. ?O Ministério Público deveria se preocupar com coisas mais sérias. Eu estou é escandalizado é com o salário do Ministério Público. A média de salário do Ministério Público é de treze mil reais. A das universidades é dois mil e cem?, afirmou o governador.
Ele defendeu a participação de seus familiares no governo. De acordo com Requião, seus irmãos, Maurício Requião (secretário da Educação), Eduardo Requião (superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) e a mulher, Maristela Requião (diretora do Museu Oscar Niemeyer) são eficientes. ?Eu tenho aí 4, 5 mil postos de trabalho comissionados, cargos de confiança. O meu irmão Maurício é o secretário de Educação e posso dizer com tranqüilidade que é o melhor do Brasil. O Porto de Paranaguá ganhou todos os prêmios de desempenho e é dirigido por outro irmão meu. A minha mulher, Maristela, dirige o Museu Oscar Niemeyer e hoje deve ter oito ou dez exposições internacionais funcionando no museu?, citou.
A ação exigindo a dispensa dos familiares dos integrantes do Executivo foi proposta na sexta-feira passada, dia 10, e está tramitando na 1.ª Vara da Fazenda Pública. Na ação, os promotores Maurício Cirino dos Santos e Terezinha Signorini, do Centro de Apoio às Promotorias de Proteção ao Patrimônio Público, pedem ainda a proibição de novas contratações de parentes no Executivo.
Anteriormente, O Ministério Público havia expedido uma recomendação para que o governo exonerasse os parentes dos seus principais integrantes até o dia 12 de julho. O MP também enviou à Assembléia Legislativa um pedido para que os deputados informem se contratam familiares em seus gabinetes e a identificação de cada um deles.
Esta foi a segunda crítica do governador às despesas do Ministério Público este ano. Em julho, depois da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano pela Assembléia Legislativa, o governador criticou o aumento de gastos do Ministério Público, que pediu mais recursos para 2008. Ontem, por meio da assessoria de imprensa, o Ministério Público declarou que não iria se pronunciar sobre as declarações do governdador.