Eleição

Requião assume candidatura de Pessuti ao governo

A insistência do presidente Lula (PT) para que o governador Roberto Requião (PMDB) aceite uma composição com o PDT no Paraná está ajudando a fortalecer a pré-candidatura do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) às eleições do próximo ano.

Irredutível, por enquanto, na sua decisão de rejeitar qualquer acordo que o faça dividir o palanque com o senador Osmar Dias (PDT), o candidato predileto de Lula ao governo, Requião está assumindo a pré-candidatura de Pessuti para a sua sucessão.

Ontem, em almoço na Granja do Canguiri, para um grupo de vinte e sete prefeitos de cidades do Norte Pioneiro, o governador defendeu a candidatura de Pessuti que vinha penando para conseguir uma manifestação de apoio do governador.

Na conversa com os prefeitos, que serão os próximos a receber ônibus escolares, Requião disse que somente terá seu apoio o candidato que tiver o compromisso de manter suas políticas de governo.

O discurso pró-Pessuti de Requião se tornou mais incisivo depois de segunda-feira, quando o presidente Lula esteve em Londrina. O chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, conversou com o governador sobre a possibilidade de acordo com Osmar, junto com a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata a presidente da República. “Não deu liga”, definiu um deputado petista, que acompanhou as conversas de longe.

Outra fonte próxima ao governo disse que a proposta do PT é quase irrecusável. A oferta consistiria de uma vaga ao Senado para o governador, a outra também seria preenchida por uma indicação dele e ainda a vaga de candidato a vice-governador para o PMDB. Porém, não foi suficiente.

No PMDB, o entendimento é de que Requião vai incentivar a candidatura de Pessuti até quando puder, ou seja, até abril do próximo ano quando deixar o governo. Até lá, vai animar Pessuti, ao mesmo tempo que também freia as especulações sobre um acordo com o PSDB.

E quando não puder mais protelar, o governador decide o que faz. Há quem garanta que ele não vai para o palanque de Serra, mas também, dificilmente, dará apoio a Osmar Dias.

Cientes dos planos de Requião, os deputados estaduais querem fazer um trato com Pessuti sobre os termos do apoio. Um jantar está sendo organizado na próxima semana entre a bancada estadual e o vice-governador.

Os deputados dirão a Pessuti que esperam até abril para que ele se torne um candidato eleitoralmente viável. Se até lá, a candidatura de Pessuti não der sinais de vigor, o vice-governador assumiria o compromisso de renunciar à pretensão e liberar os deputados para outro palanque. Preferencialmente, a bancada se inclina para um apoio ao candidato do PSDB, seja ele, o senador Alvaro Dias ou o prefeito de Curitiba, Beto Richa.

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