Apontado pelo prefeito Cassio Taniguchi (PFL) como responsável por uma crise na saúde pública do Estado por ter rompido o contrato com o ICI (Instituto Curitiba de Informática), o governo do Paraná reagiu acusando o prefeito de estar defendendo interesses familiares.
De acordo com o Palácio Iguaçu, parentes do prefeito desenvolveram projetos para o ICI e são funcionários da empresa. O ICI foi contratado pelo governo anterior para administrar uma central de marcação de consultas e monitorar a ocupação dos leitos de UTI no Paraná.
“O governador não vai entrar em nenhum tipo de discussão com o prefeito de Curitiba, dado o grau de irresponsabilidade das suas declarações. Ao invés de se preocupar com a dor das famílias que tiveram perdas por causa da falta de recursos na saúde, o prefeito saiu de forma açodada defendendo os interesses familiares. Ele deveria se sentir envergonhado de se portar desta forma”, afirmou o porta-voz do governador Roberto Requião (PMDB), Benedito Pires.
De acordo com o governo, não existe nenhuma relação, como sugeriu o prefeito, entre a marcação de consultas e a crise gerada pela falta de unidades de terapia intensiva. O porta-voz frisou ainda que os ataques de Taniguchi a Requião não terão nenhum efeito sobre a decisão de romper o contrato com o ICI. O governo sustenta que a empresa foi contratada sem licitação para prestar um serviço que custava mensalmente cerca de R$ 400 mil ao Estado e que poderia ser feito pela Celepar sem nenhum custo.
Interpelação
O prefeito Cassio Taniguchi, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que “toda e qualquer acusação que envolva minha família será levada a juízo”. O prefeito classificou como “infundada” a denúncia, que classificou como “bravata”.
Taniguchi disse ainda, durante entrevista à uma emissora de rádio de Curitiba, que o contrato entre o governo e o Instituto Curitiba de Informática era absolutamente legítimo e que foi feito dentro da legalidade. De acordo com o prefeito, o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, poderia atestar o fato. O prefeito reafirmou também que o contrato foi rompido unilateralmente pelo governo do Estado e reafirmou que as mortes das últimas semanas no sistema público de saúde estão relacionadas à desarticulação da rede de informática criada pelo Instituto Curitiba de Informática.