O governador Roberto Requião (PMDB) reconvocou para hoje a reunião de lançamento do Mapa da Pobreza cancelada ontem por falta de quórum. Dos 26 secretários, apenas seis compareceram ontem ao Canal da Música.
O governador perdeu a paciência e avisou aos seus auxiliares que não vai tolerar nova falta. Requião disse que irá considerar a ausência do secretário como um pedido de demissão e que não hesitará em aceitá-lo. O encontro vai começar às 7h e os atrasos não serão bem-vindos, alertou o Palácio Iguaçu.
Na reunião de ontem, além do vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, estavam apenas os secretários de Segurança, Luis Fernando Delazari, da Comunicação, Airton Pisseti, da Indústria e Comércio e Mercosul, Luís Mussi, de Relações com a Comunidade, Milton Buabssi, e de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira.
Todos os secretários foram convidados pela assessoria do vice-governador e não sabiam que o governador estaria presente à reunião. Desta vez, foram convocados pelo gabinete do governador. Ontem, ao constatar que a reunião estava esvaziada, Requião solicitou a Pessuti que fizesse um resumo dos dados que seriam apresentados.
O Mapa da Pobreza, um levantamento do Iapar(Instituto Agronômico do Paraná), aponta que dos 9,5 milhões de habitantes, cerca de um milhão está em condição miserável, próxima da indigência. São paranaenses que não têm fonte de renda renda ou vivem com menos de 25% do salário mínimo. Essa população está distribuída entre municípios pequenos do interior e pelas regiões metropolitanas das principais cidades.
Para o governador, os secretários não entenderam a importância do encontro e das informações que seriam apresentadas. Requião tem procurado dar ênfase às suas ações e programas para o combate da exclusão social. E já disse que todo o governo tem que atuar em sintonia com as suas prioridades administrativas.
Não foi a primeira decepção do governador com sua equipe. Na quarta-feira passada, o governador já havia ficado descontente com a performance do secretário da Fazenda, Heron Arzua. Na audiência pública sobre o balança do quadrimestre na Assembléia Legislativa, Arzua disse que não tinha idéia de onde o governo iria buscar os recursos para o processo de encampação de pedágio, contradizendo o discurso do Palácio Iguaçu de que o governo tem os meios para assumir a cobrança e extinguir as concessões.