Requião ameaça demitir na Copel

O governador Roberto Requião (PMDB) passou uma descompostura pública na diretoria da Copel e ameaçou fazer alterações no comando da empresa, durante uma solenidade ontem no Palácio Iguaçu, quando assinava as ordens de serviço para a compra de impressoras e computadores que serão instalados nas escolas públicas estaduais dentro do programa Paraná Digital.

O secretário da Educação, Maurício Requião, responsabilizou a Copel pelo atraso no andamento do programa e o governador decidiu intervir cobrando mais agilidade na rede de cabeamento óptico, que possibilitará às escolas ter acesso à internet. "Quem não quer trabalhar que peça demissão", disse o governador.

Entre os professores e alunos que participavam da solenidade estavam alguns diretores da Copel, entre eles, o diretor de Geração, Transmissão e Telecomunicações, José Ivan Morozowski que, conforme O Estado apurou, teria apresentado sua carta de demissão. Morozowski é o responsável pelo projeto de implantação da rede de cabos ópticos e não teria aceitado as críticas do governador e seu irmão. Consta que Morozowski justificou que a rede não foi instalada devido a falhas da Secretaria da Educação, que não teria providenciado os equipamentos necessários.

Na solenidade, o secretário da Educação disse que estava fornecendo os computadores, mas que o esforço poderia se perder porque a maioria das escolas não teria a rede de fibra óptica para o funcionamento dos laboratórios de informática dentro do cronograma estabelecido para o programa. "Se até o final do ano que vem nós teremos todas as escolas com laboratórios, apenas a metade delas estará conectadas com a fibra óptica. Não podemos conceber que todo esse esforço para instalação desses equipamentos se frustrem com laboratórios sem acesso à internet", completou o secretário.

O governador disse que ou a Copel se empenhava para acompanhar o ritmo do programa da Educação, que considera estratégico, ou ele seria obrigado a mudar a direção da estatal de energia. "Sempre existe uma resistência corporativa numa empresa pública, mas é uma determinação do governo e a Copel vai resolver isso. Eu já estou aborrecido com a demora desse processo e essa resistência interna. A minha sugestão é que quem não quiser estabelecer esse programa com a velocidade necessária que se demita. É um aviso explícito para a diretoria da Copel", disse ainda Requião. "O tempo de governo vai acabando e com esse tempo se acabando, acaba também a paciência do governador", acrescentou.

O Programa Paraná Digital está na primeira fase de implantação, quando estão sendo comprados equipamentos para atender a mais de setecentas escolas públicas estaduais. Segundo o governador, "os obstáculos serão privatizados, ou seja, as diretorias da Copel que se opuserem a trabalhar a instalação do melhor programa de informatização de escolas públicas do país irão trabalhar na iniciativa privada".

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