O governador Roberto Requião (PMDB) deixou claro qual será o tom da conversa que seu partido terá com o PT na próxima segunda-feira, para tratar da sucessão estadual em 2010.

continua após a publicidade

Durante discurso na entrega de ônibus escolares no município de Ivaiporã, centro do Estado, Requião disse que PT e PMDB têm de estar juntos, mantendo a aliança do segundo turno das eleições estaduais de 2006, que resultou na participação do PT na administração estadual.

“Vamos caminhar juntos em todo o Brasil. No Paraná não vai ser diferente”, disse o governador, lembrando que o PMDB tende a apoiar a candidatura da ministra Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, e que, no Paraná, o partido já apresentou um nome para disputar o governo, o vice-governador Orlando Pessuti.

No discurso, o governador também pediu para que o PMDB do município, que tomou uma postura de oposição, apóie o prefeito de Ivaiporã, Cyro Fernandes, que é do PT.

continua após a publicidade

Para o deputado federal André Vargas (PT), que acompanhou o governador na entrega dos ônibus, a aliança com o PMDB seria a mais natural para o partido. “Mas apoiar o PMDB é uma de nossas três opções. Temos a candidatura própria e a aliança com o PDT para avaliar também”, disse.

André Vargas não tem muita esperança na possibilidade de os três partidos estarem juntos. “As informações que tenho do Requião é que ele não pensa em apoiar o PDT”, comentou, lembrando que, na semana passada, o governador já havia declarado que não abria mão da candidatura de Pessuti para apoiar qualquer outro candidato e que caberia ao PT decidir sua posição. Assim, fatalmente, o PT terá de optar por uma das duas alianças.

continua após a publicidade

“A aliança com o PMDB é a aliança que temos hoje. O PT faz parte do governo Requião, é com eles que estamos mais alinhados”, disse André Vargas. “Mas tudo será decidido na base do diálogo, sem cobranças e sem determinação de prazos”, ressaltou.

Já o secretário-geral do PT, Florisvaldo Souza, comentou, em seu blog, que ainda acredita na possibilidade de unir os três partidos num mesmo projeto em 2010. “Tudo isso tem que ser um processo. Não pode ser atropelado como alguns apressados pregam. O importante é que o diálogo aconteça e as soluções apareçam. Para o PT, o que importa é que este campo (PT-PMDB-PDT) se junte a uma estratégia que garanta a continuidade de um projeto que está dando certo no país e que pode avançar ainda mais em nosso estado”, escreveu ao comentar o rompimento do PSDB com o governo do Estado.