Renato Duque silencia em depoimento na Lava Jato

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque (Serviços) escolheu o silêncio como estratégia para o interrogatório a que seria submetido pelo juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato. Em audiência nesta terça-feira, 3, na 13.ª Vara Criminal da Justiça Federal no Paraná, base dos processos decorrentes da investigação sobre corrupção e propinas na estatal petrolífera, Duque disse que ‘por orientação’ de seus advogados iria permanecer em silêncio.

Duque está preso desde fevereiro, pego pela Operação ‘Que País é Esse?’ – frase que ele usou ao celular com seu advogado. Ele é acusado de ter recebido valores ilícitos na condição de diretor de Serviços da Petrobras, cargo para o qual foi indicado pelo PT, segundo os investigadores da Lava Jato. Duque já está condenado em uma primeira ação criminal – pegou 20 anos e oito meses de reclusão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Ele responde a outra ação penal. Nesta terça-feira, 3, ele seria interrogado. Na abertura da sessão, o juiz Moro explicou ao acusado que ele tinha direito a permanecer calado e que esse procedimento não lhe causaria prejuízos. Moro assinalou, porém, que esta era a oportunidade que tinha de apresentar sua versão para os fatos imputados a ele pelo Ministério Público Federal. “O sr. prefere falar ou ficar em silêncio?”, indagou o juiz da Lava Jato.

“Por orientação dos meus advogados vou permanecer em silêncio”, respondeu Renato Duque.

“O sr. não pretende responder nenhuma questão?”, insistiu o magistrado.

“Não sr.”

O juiz voltou-se para o advogado de Renato Duque. “É essa a orientação?”

“Sim, Excelência”, respondeu o defensor.

Moro encerrou a audiência. “O juízo reputa prejudicadas as questões que faria, declaro encerrado o depoimento do sr. Renato de Souza Duque.”

O silêncio também foi a estratégia de Duque na primeira ação criminal – aquela em que pegou mais de 20 anos de prisão.

Em meados de outubro, o Superior Tribunal de Justiça negou por unanimidade habeas corpus para Renato Duque.

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