Em discurso na tribuna do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), falou sobre as denúncias de que tem sido alvo e disse que, ao comparecer espontaneamente ontem (23) ao Conselho de Ética, esclareceu os relatores sobre as artificiais acusações que enfrento. Com esse gesto abreviei, em muito, o prazo de 10 dias que teria para impugnar, se entendesse necessário e não é necessário , o laudo técnico da Polícia Federal, disse.
O laudo pericial dos documentos entregues por Renan foi encaminhado aos relatores do primeiro processo por quebra de decoro contra ele. Nesse processo, originado por uma representação do P-SOL com base em informações de reportagem de revista Veja, Renan é acusado de ter recebido dinheiro de uma empreiteira para pagar contas pessoais. O relatório sobre o caso deve ser entregue na próxima quinta-feira (30).
Renan elogiou o trabalho feito pela Polícia Federal e disse que, como ex-ministro da Justiça, conhece de perto a seriedade, a isenção e a competência do órgão. E afirmou que ele vem tratando o caso com absoluta transparência. Seja entregando documentos sem ser, ao menos solicitado, a fazê-lo, seja voluntariamente abrindo todos os meus sigilos, seja pedindo ao procurador-geral da República para que o Ministério Público me investigue em toda a sua extensão, afirmou.
O presidente do Senado voltou a se comparar com os discursos de Rui Barbosa sobre democracia. Sempre lutei por ela, até mesmo quando me sinto vítima de seus excessos. Outros políticos brasileiros sofreram com isso e nem assim abalaram a sua crença na democracia, disse.