O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), reagiu hoje com ironia ao tomar conhecimento da declaração em que o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), voltou a afirmar que o peemedebista feriu o decoro parlamentar ao ameaçar denunciá-lo ao Conselho de Ética se o PSDB insistisse em pressionar pela saída do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). “O Arthur Virgílio é cada vez menos um caso de política, e mais de psiquiatria”, disse Calheiros à Agência Estado. Na declaração, Virgílio voltou a dizer que seu partido deverá apresentar ao Conselho de Ética uma representação contra Calheiros por quebra de decoro.

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O PMDB, por sua vez, anunciou que na próxima semana entrará com representações contra Virgílio, acusando-o de falta de decoro. Uma dessas representações seria fundamentada no caso de um assessor de Virgílio que passou um ano e meio estudando na Espanha às custas dos cofres do Senado. Virgílio está devolvendo à Casa o dinheiro (R$ 210 mil), parceladamente.

Calheiros afirmou que a conversa que teve na semana passada com Virgílio em busca de um entendimento foi “civilizada”. O líder do PMDB disse estranhar que o PSDB, que “nunca entrou com representação contra ninguém” por quebra de decoro, agora tenha apresentado três ao Conselho de Ética contra Sarney.

Na terça-feira, quando retomar suas reuniões, o Conselho de Ética terá na agenda, para análise, 11 ações contra Sarney. São duas representações do PSOL e três do PSDB, quatro denúncias de Virgílio e duas assinadas em conjunto por ele e pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

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