Foto: João de Noronha/O Estado

Zucchi: "Nós não temos problemas em conversar sobre isso".

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O presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador José Sarney procuraram ontem o senador Osmar Dias para sondar sobre uma possibilidade de aproximação entre o pedetista e o governador Roberto Requião (PMDB). Conforme relato do vice-presidente estadual do PDT, deputado estadual Augustinho Zucchi, os senadores peemedebistas perguntaram a Osmar se é possível conversar sobre o assunto, na hipótese de o governador Roberto Requião ser indicado candidato à presidência da República.

Calheiros e Sarney lideram a ala governista do PMDB, que trabalha para levar o partido a uma aliança com o PT na sucessão presidencial. Mas se a candidatura própria no PMDB for inevitável, aos pedetistas pareceu que os dois senadores querem estudar novas alternativas para contrapor a uma candidatura do ex-governador do Rio de Janeiro e atual secretário de Segurança, Anthony Garotinho. Uma das opções seria dar sustentação a Requião internamente nas prévias do partido, marcadas para março. Nesse caso, a proposta esboçada para Osmar seria transformá-lo em candidato ao governo do Paraná com apoio do PMDB em troca, supostamente, de uma composição nacional com o PDT.

"Nós não temos problemas em conversar sobre isso", afirmou Zucchi. Segundo ele, novos contatos entre Osmar e os dois senadores peemedebistas acontecerão ao longo do mês. "O Osmar e o Requião têm a mesma origem. Existem divergências, mas são passíveis de entendimento", afirmou.

O aceno peemedebista foi anunciado quase que simultaneamente a um convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um encontro no Palácio do Planalto. Ontem, a assessoria do senador informou que a audiência foi adiada para a próxima semana devido à viagem do presidente ao Uruguai.

Dia D

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Hoje, Zucchi e o senador participam de uma reunião com a direção nacional do PDT, onde pretendem tirar a prova da determinação do partido em lançar candidato próprio à presidência da República. A decisão atrapalha os planos do senador de concorrer ao governo já que ficaria tolhido para fazer as alianças regionais, se a verticalização das coligações for mantida. A obrigação de reproduzir as coligações nacionais no Estado não ajuda na candidatura do PDT ao governo.

A posição do senador hoje será a de pedir para que a direção nacional não recue da promessa feita no início do ano, quando ele pensou em deixar o partido. À época, diz o senador, a direção garantiu que não haveria candidato à presidência da República para possibilitar que seus candidatos a governador ficassem livres para escolher suas alianças estaduais.

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O vice-presidente estadual do PDT afirmou que outros pedetistas que têm projetos semelhantes nos seus estados também vão se posicionar contra a candidatura presidencial do PDT. "Nós queremos que eles mantenham a palavra", afirmou Zucchi. No domingo passado, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, durante convenção em São Paulo, disse que o partido irá disputar a sucessão presidencial. E citou como prováveis candidatos os senadores Cristovam Buarque (DF), Jefferson Peres (AM) e o governador de Alagoas, Ronaldo Lessa.