Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que não irá aceitar pressões para que os senadores votem contra o processo que pede a sua cassação no plenário.
?A única coisa que não vou permitir é que haja pressão sobre os senadores. Eles vão escolher livremente, de acordo com as suas consciências?, advertiu hoje ao chegar ao Senado.
Quando perguntado sobre possíveis pressões do Palácio do Planalto para influenciar na votação do plenário, Renan perguntou: ?E o Planalto vota??. Ele afirmou também que não se sentiu traído pelo PT na votação do Conselho de Ética. Os três senadores do partido que fazem parte do conselho votaram a favor do relatório que pede a cassação de Renan.
?O PT sempre teve e sempre terá pelo menos com relação a mim, um comportamento de aliado, que é proporcional ao que sempre tive com eles. A minha relação com o PT nunca esteve tão bem como está agora?.
O presidente do Senado afirmou que aguarda a votação no Plenário com a mesma tranqüilidade ?com que tem enfrentado nesses dias todos?.
Ele voltou a dizer que não irá renunciar à presidência do Senado. ?Conduzi o Senado com absoluta transparência . Não há um senão com relação a minha administração" esclareceu. ?Fui eleito para cumprir o mandato de dois anos. Só a decisão do plenário encurtará esse mandato. Fora isso, não há hipótese?, acrescentou.
Renan Calheiros informou ainda que vai entregar aos senadores um memorial com um resumo do processo, da defesa e das argumentações dele sobre os fatos. ?Quero apenas que os senadores entendam e observem o memorial que vou distribuir e que demonstra todas as verdades. Os senadores haverão de preponderar, porque a verdade sempre vence?.
Ontem o Conselho de Ética e a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovaram relatório que recomenda a cassação de Renan. A votação no plenário será secreta e está marcada para a próxima quarta-feira (12).