O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu a redução da meta fiscal para acomodar um déficit que já pode passar de R$ 160 bilhões. “É fundamental que o governo tenha rapidamente este diagnóstico, para que tenhamos um número verdadeiro para reduzir a meta fiscal, temos que reduzir com a certeza de que a redução é real, verdadeira”, afirmou Renan.
Foi o próprio Renan quem informou ontem que o déficit já passava de R$ 160 bilhões. Hoje ele preferiu não falar sobre números, mas disse ter informações de que o “rombo fiscal está crescendo”. Ele defendeu que o governo interino precisa avaliar com cautela todo o orçamento e incluir tudo na revisão da meta fiscal.
Renan também se comprometeu em fazer o possível para votar a revisão da meta fiscal já na próxima terça-feira, 24, em sessão do Congresso Nacional. Apesar de a sessão estar agendada e a meta ser a prioridade para o governo, regimentalmente o Congresso precisa analisar os vetos presidenciais primeiro. Na lista, constam 24 vetos trancando a pauta. Caso não haja acordo, a sessão pode se alongar e não chegar à análise da meta fiscal.
Em tom de alinhamento com o governo interino, Renan afirmou ainda que o Brasil “não pode dar errado novamente” e que é papel do Senado colaborar com saídas. “A emoção já passou, agora é concretude”, disse. Na noite de ontem, ele já havia dito que a emoção do processo de impeachment havia acabado e que era o momento de o presidente interino “trabalhar”.
Ministério da Cultura
O presidente do Senado voltou a defender que o Congresso poderá recriar o Ministério da Cultura (MinC). A pasta foi extinta pelo presidente em exercício Michel Temer e realocada como uma secretaria do Ministério da Educação.
Na tarde de ontem, Renan defendeu a importância do MinC e que seu peso no orçamento era muito pequeno para ser extinguido por uma questão “meramente contábil”. O presidente do Senado se comprometeu em recriar o ministério por meio de uma emenda à Medida Provisória da reforma ministerial, enviada por Temer ao Congresso.
Ontem, após diversas negativas, Temer conseguiu enfim nomear o secretário da Cultura. Renan disse que isso não muda sua sugestão e que, se todos concordarem, o Ministério será recriado no Congresso.