O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), resolveu opinar na escolha de uma líder do governo na Casa. Ele sugere que a vaga seja ocupada por uma mulher. “Se for uma mulher, será bom, como uma resposta do Senado a essa circunstância que vivemos no Brasil”, disse o peemedebista, aproveitando para alfinetar as escolhas do presidente em exercício Michel Temer.
O governo interino foi muito criticado pela opinião pública por não incluir entre seus ministros nenhuma mulher. Desde então, Temer tenta buscar nomes femininos para assumir algumas pastas. Maria Silvia Bastos Marques foi indicada para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas, sem sucesso após cinco negativas de mulheres para o antigo Ministério da Cultura, que foi rebaixado à secretaria, Temer trouxe mais um homem para o seu governo.
No Senado, Renan chegou inclusive a citar nomes para a liderança do governo. Alguns já haviam vindo à público após sondagens do PMDB, como as senadoras Simone Tebet (PMDB-MS) e Ana Amélia (PP-RS). A novidade foi o nome da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO).
O presidente do Senado defendeu ainda que a dificuldade do governo em escolher seu novo líder no Senado está justamente na quantidade de “nomes expressivos” que assumiriam o cargo com excelência. Em contrapartida, o posto não costuma ser dos mais disputados. Em 2015, o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido – MS) foi escolhido líder de Dilma Rousseff após cinco meses de recusas de diversos senadores.
Já entre os nomes citados por Renan, senadores do próprio PMDB alegaram que Simone seria “muito jovem” para a vaga, enquanto Ana Amélia teria uma “relação ruim” com alguns setores do Senado. O ideal é que a líder tenha bom trânsito com todo os blocos partidários. Nos bastidores, Ana Amélia já teria recusado o convite.