O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), foi quem convenceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a enviar os projetos do marco regulatório da exploração do petróleo do pré-sal com regime de urgência ao Congresso. Os argumentos de Renan derrubaram teses de lideranças do PT e mudaram a intenção inicial de Lula – discutida com governadores no domingo – de retirar o caráter urgente das propostas.
Na reunião do conselho político, ontem de manhã, Renan argumentou que a oposição poderá prejudicar as votações dos projetos em 2010, ano eleitoral. Por isso, defendeu, era preciso enviá-los em “regime de urgência”, o que significa prazo de 90 dias para votar. “Não podemos expor nem subordinar os projetos ao calendário eleitoral”, disse Renan a Lula, ministros e lideranças presentes.
Lula chegou à reunião disposto a enviar os projetos sem urgência, atendendo a apelos dos governadores com os quais se reunira na noite anterior. O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), defendeu que não houvesse urgência. Alegou que isso abriria um diálogo com a oposição. Esse mecanismo de aceleração, segundo o deputado, poderia ser usado durante a tramitação.