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Relatório de CPI cita ex-secretário da Saúde de SP

Em uma derrota da base aliada do governador João Doria (PSDB) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigou a maior fabricante estatal de remédios do País, a Fundação para o Remédio Popular (Furp), aprovou relatório que recomenda uma investigação contra o ex-secretário estadual de Saúde Giovanni Guido Cerri, titular da pasta entre 2011 e 2013, na gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

Até poucas horas antes da aprovação do documento, tucanos tentavam evitar a inclusão do nome de Cerri no relatório, mas foram derrotados por 6 a 1, com voto favorável até de um deputado do PSDB.

O relatório também recomenda o encerramento da Parceria Público-Privada (PPP) entre a Furp e a empresa CPM, controlada pela farmacêutica EMS e o indiciamento de três ex-funcionários da fundação acusados de receber propina de uma empreiteira durante a construção de uma fábrica da Furp.

De acordo com a comissão, a PPP teria causado prejuízos de R$ 56 milhões por ano aos cofres públicos. Cerri, conforme a investigação, teria se tornado sócio da concessionária que assumiu os serviços da Furp, três anos depois de assinar, como secretário estadual, a PPP. Cerri disse que sua participação na PPP, assinada por outros secretários estaduais, foi mínima. “Não existe nenhuma relação entre a PPP e uma sociedade feita três anos depois.” A CPM afirmou, em nota, que o contrato da PPP “está vigente e que vem cumprindo todas as suas determinações”.

Preocupação

Fonte de forte preocupação para o governo, a CPI da Furp teve sua última sessão suspensa três vezes desde anteontem quando começou a apreciar seu relatório final. O documento apresentado pelo relator, deputado Alex de Madureira (PSD), desconsiderou uma série de recomendações feitas por seus colegas em sub-relatórios preliminares.

Membros da CPI reagiram e apresentaram um documento alternativo – essa foi a versão aprovada por parlamentares do PSL, PL, DEM, PT e PSB, além do próprio partido do governo. O único a votar contra foi o próprio Madureira.

“Os deputados esqueceram até de ideologia e resolveram prestar um serviço ao Estado”, disse o presidente da comissão, Edmir Chedid (DEM).

Durante a leitura do relatório alternativo, Madureira chegou a deixar a sessão da CPI. Ele foi seguido por uma equipe de TV e um funcionário da Furp, e questionado sobre o abandono da reunião. Voltou em seguida e acompanhou a leitura do documento. Só em 2018, a Furp produziu quase 530 milhões de medicamentos para a rede pública. O fim da PPP, como sugere o relatório final da CPI, pode atrapalhar os planos de Doria de extinguir a empresa pública.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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