O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), só deverá anunciar os nomes do relator e do presidente da comissão especial que vai analisar o projeto de reforma tributária depois de quarta-feira (16). Até lá, Chinaglia estará empenhado em fechar um acordo para a votação da proposta que altera a edição e a tramitação de medidas provisórias (MPs). "Não acho adequado misturar tudo", disse o presidente nesta segunda-feira (14). Chinaglia avisou que não fará as indicações dos nomes antes de quinta-feira (17).
A escolha do relator e do presidente da comissão está provocando atritos na base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PR, com o apoio do PP e do PTB, tenta fazer o deputado Sandro Mabel (PR-GO) o relator da proposta. O mesmo cargo é disputado pelo PT que indicou o deputado Antonio Palocci (PT-SP). O PMDB formalmente mantém o nome do deputado Edinho Bez (PMDB-SC) para a presidência da comissão, mas há pressão para que o partido abra mão da indicação para permitir um acordo entre o PR e o PT, cada um ocupando um dos cargos.
A comissão foi criada na semana passada, mas os líderes dos partidos ainda estão indicando seus representantes. Serão 23 titulares e o mesmo número de suplentes. A instalação da comissão só deverá acontecer depois de resolvido o impasse em torno dos nomes do relator e presidente. A proposta já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, primeira etapa de tramitação. Após a comissão especial, a proposta tem de ser votada em dois turnos pelo plenário e só depois de aprovada pelos deputados segue para votação no Senado.