O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse ontem ser “constrangedor para todo o brasileiro ter um presidente da República denunciado criminalmente no Supremo Tribunal Federal”. Responsável pela escolha do relator da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer no colegiado, Pacheco afirmou ainda que a sua decisão será baseada em critérios técnicos, como conhecimento jurídico.
O peemedebista afirmou que não se sente pressionado para fazer a escolha. “Se há pressão ou não é uma avaliação que eu não consigo ter essa dimensão. Eu não me sinto pressionado, seja por parte do governo, seja pela oposição”, disse Pacheco em entrevista à rádio Super Notícia, de Minas.
Sobre o perfil do relator, Pacheco afirmou que será “alguém que tenha conhecimento jurídico e, portanto, que seja advogado ou ligado ao meio jurídico, que tenha relativa independência”. “Quando eu falo relativa independência, nós temos de reconhecer que os deputados têm filiações partidárias, têm posições políticas, todos eles, sejam da base de governo, sejam de oposição. Essa relativa independência é alguém que possa fazer preponderar os aspectos jurídicos dessa denúncia a algum apelo ou conveniência política”, disse Pacheco.
‘Pressão’
Deputados estão sendo pressionados pelas redes sociais e pelo WhatsApp para votar a favor do recebimento da denúncia contra Temer. Um deputado do PP mostrou ao Estado dezenas de mensagens recebidas na semana passada. Um eleitor criou o grupo “Aceita a denúncia já” no WhatsApp e incluiu o número de telefone de vários deputados.
Em uma das mensagens enviadas no grupo, os eleitores pedem que a denúncia contra Temer seja aceita para que os deputados não façam “do corrupto seu bicho de estimação”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.