O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse hoje que “não se intimida” com as críticas do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) ao seu trabalho.
Em entrevista após participar de uma solenidade em Brasília, o governador afirmou que Cunha não pode ser “cabo de chicote” de terceiros. Perillo é um dos alvos da CPI criada para investigar uma suposta organização criminosa liderada pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que tinha como base o Estado de Goiás.
“Eu não vou me intimidar com qualquer tipo de declaração. O que espero do governador é que ele colabore com essa CPMI”, afirmou Cunha. O deputado disse que os novos áudios sobre uma casa do governador revelados hoje pela Folha de S.Paulo “confirmam ainda mais a versão” de que o tucano vendeu um imóvel para Cachoeira. Perillo nega a transação.
Os áudios mostram Cachoeira orientando seu sobrinho Leonardo Ramos a preencher três cheques nominais a Perillo. Ramos é sócio da Excitant Confecções, empresa em nome da qual foram emitidos os cheques usados na compra da casa.
Se ficar comprovado que mentiu à CPI sobre o negócio, Perillo pode responder por crime de perjúrio. Sobre o depoimento do ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT-DF) à CPI hoje, o relator afirmou que ele acentuou outra diferença entre Agnelo e Perillo, ambos investigados pela CPI.
“Enquanto o ex-chefe de gabinete de Agnelo resolveu contribuir com a CPI, a do Perillo se recusou a falar.” Eliana Gonçalves, que trabalhou com Perillo até suas relações com Cachoeira virem à tona, esteve ontem na CPI, mas amparada por um habeas corpus não respondeu aos questionamentos dos parlamentares. “As incursões da organização criminosa no governo do DF não tiveram sucesso”, afirmou Cunha.