Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos na Câmara, o deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) afirma ainda não ter claro se o diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Armando Félix, mentiram ou omitiram informações à comissão ao prestarem depoimentos. “Ainda não formei minha convicção. Há diferença entre mentir e omitir. Algumas pessoas omitem informações para preservar apurações. Preciso analisar”, disse, em entrevista ao Estado.
Em depoimento à CPI, Lacerda negou participação da Abin na Operação Satiagraha. Depois, no entanto, agentes do órgão confirmaram a participação da agência (com 75 homens) e disseram ter recebido ordens do próprio Lacerda. Já o general Félix negou que a Abin tenha equipamento para realizar escuta telefônica. Laudo do Exército em poder da CPI, no entanto, revela que, de 15 aparelhos da agência, 7 podem ser utilizados para grampos telefônicos, se tiverem adaptações. Criticado pela oposição, que assegura que Pellegrino produzirá um relatório “morno”, sem propor o indiciamento de ninguém, o deputado petista reclama da “agonia” dos oposicionistas. E, com ironia, reage: “Eu não sabia que a oposição tinha o dom de ser pitonisa.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.