Rejeitado, Cassio fica neutro no segundo turno

O prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), deu uma entrevista coletiva ontem para avaliar o resultado do primeiro turno na capital e para dizer que vai se manter neutro na segunda etapa da disputa. Os dois candidatos, Beto Richa (PSDB) e Angelo Vanhoni (PT) já anunciaram que não estão interessados em seu apoio. Cassio rebateu que a recusa é precipitada porque ele não ofereceu apoio a ninguém. Mas advertiu que, como prefeito, vai requerer direito de resposta a “ataques absurdos que venham a ser feitos à administração municipal”.

Embora acredite que a maioria de sua equipe tenderá, naturalmente, a apoiar o tucano, Taniguchi considerou um erro estratégico de Richa rejeitar formalmente seu apoio: “Não creio que a população curitibana considere a administração ruim ou ignore os avanços sociais que aconteceram na cidade nos últimos oito anos”. Em tom irônico, o prefeito observou que até Vanhoni, “que tem trabalhado em cima da mudança, admite esses avanços. Na verdade, os dois candidatos querem se beneficiar dos avanços mas não querem ser afetados pela rejeição que advém do exercício do mandato”. No final da tarde o prefeito reuniu seus secretários para liberá-los a adotar a posição que desejarem na campanha.

Rompimento

Na análise do prefeito, os resultados eleitorais foram razoáveis para o PFL, que elegeu uma bancada de cinco vereadores na Câmara Municipal. Quanto ao desempenho de Osmar Bertoldi, que chegou em 4.º lugar, com 6,23%, Taniguchi disse que a transferência de seus votos para o candidato chegou a ocorrer em determinado momento da disputa, fazendo-o chegar próximo a casa dos 10% e até a superar esses índices nas sondagens internas. “Depois, a situação se reverteu. As últimas pesquisas acabaram estimulando o voto útil, que provocou a migração para outras candidaturas.”

Sobre o rompimento com Richa, reafirmou que nunca existiu: “O que houve foram discordâncias naturais em relação a métodos e formas de administrar. No caso da tarifa, houve falha de comunicação. Mas Beto é vice-prefeito, sempre o considerei parte da equipe. É uma falácia dizer que ele não fez parte da administração”. Perguntado sobre posição externada pelo senador Alvaro Dias (PSDB) de que sua participação na campanha de Beto seria uma “ingerência indevida”, Taniguchi reagiu com ironia: “Alvaro Dias não viu qualquer ingerência indevida quando apoiei sua candidatura ao governo, há dois anos. Talvez esteja faltando aí um pouco de memoriol”.

O prefeito admitiu que o PFL não dispõe, no momento, de nomes para lançar ao governo do Estado em 2006, mas, em sua opinião, pode ainda preparar uma candidatura. Indagado se ele seria esse candidato, respondeu: “Por que não?”.

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