O deputado federal Reinhold Stephanes (PMDB-PR) admitiu ontem que seu nome está bem cotado dentro do partido para assumir o Ministério da Saúde, mas, prudentemente, lembrou que o presidente Lula ainda não definiu se a pasta vai permanecer com os peemedebistas. ?O meu nome se tornou mais forte depois que o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp fez uma declaração de que a minha indicação era ?aconselhável?, disse. Stephanes foi ministro da Previdência Social entre 1992 e 1998 e presidente do INPS, entre 1974 e 1979.
Segundo Stephanes, deputados dentro do partido com o perfil técnico necessário para a pasta da Saúde são poucos e se o critério a ser levado em conta for esse, ele abre uma vantagem por ter sido presidente do INPS, além de ter uma longa carreira como gestor público. ?O meu nome está forte dentro do PMDB, tem o apoio do governador Roberto Requião (PMDB) e do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB). Mas isso não quer dizer que a indicação esteja assegurada?, declarou.
Parte da bancada do PMDB prefere que um deputado federal da legenda assuma a pasta, em vez do técnico carioca José Gomes Temporão, nome apoiado pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, que está disputando a presidência do partido. Stephanes ressaltou que o presidente ainda não definiu se o Ministério da Saúde vai ficar com o PMDB. Segundo ele, uma definição é prevista antes da Convenção Nacional do PMDB, no dia 11 de março, quando será realizada a eleição para a mesa executiva do partido.
De acordo com o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB), Temporão é uma indicação do governo do Rio de Janeiro. ?Talvez ele (Temporão) seja até mesmo uma indicação da bancada do PMDB do Rio. Mas os deputados do Rio já ficaram com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça e com a Procuradoria da Câmara?, disse o deputado. Segundo Serraglio, a idéia é que um deputado peemedebista ocupe o ministério que for designado por Lula. Se for o da Saúde, Serraglio acredita que o partido pode escolher entre três nomes, Stephanes, Marcelo Castro (PI) e Darcísio Perondi (RS). Os dois últimos são médicos.
Saúde para o PT
O deputado federal Dr. Rosinha, que é médico e um dos coordenadores nacionais do PT na área setorial de Saúde, defende que o Ministério da Saúde fique com o PT. ?É um ministério que tem uma ligação com todos os municípios do país e que possui uma das maiores capacidades políticas. É a pasta que tem maior interlocução com os movimentos sociais e é responsável por uma das áreas mais importantes, estratégica a qualquer governo?, declarou.
Para Rosinha, o PT possui bons quadros para assumir o ministério. ?A experiência de petistas em grandes cidades nos capacita à pasta. O ex-líder da bancada do PT, Henrique Fontana (RS), que já foi secretário da Saúde em Porto Alegre é um grande nome?, disse.