Regional do Ciesp critica opção por caça francês

A regional de São José dos Campos do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) divulgou hoje uma carta aberta na qual afirma que o governo brasileiro vem “contrariando a lógica da racionalidade” ao preferir o caça da empresa francesa Dassault na licitação F-X2. A concorrência, que visa reequipar os esquadrões de elite da Força Aérea Brasileira (FAB), deve consumir mais de 2 bilhões de euros com a compra de 36 aviões supersônicos.

O conteúdo da carta, assinada pelo diretor-titular Almir Fernandes e pelos vices Ney Pasqualini Bevacqua e Nerino Pinho Junior, defende que o processo de seleção seja conduzido pelo Comando da Aeronáutica, que declarou preferência pelo caça sueco Gripen.

“O caça francês, se escolhido, será uma derrota para todo o povo brasileiro, pois perderemos a oportunidade de nos tornarmos soberanos e independentes como nação e como potência”, diz o texto enviado pela regional do Ciesp de São José dos Campos, que congrega cerca de 60% das empresas do setor aeroespacial e de defesa brasileiro.

A diretoria da regional alega que, além de custos maiores, a compra dos caças da Dassault tornará o Brasil “dependente de uma única nação” como fornecedora de material bélico, já que firmou com o governo francês compromisso de compra de cinco submarinos, na ordem de R$ 11,5 bilhões, e de 50 helicópteros, por mais de R$ 4,7 bilhões.

A carta também cita informações divulgadas pela imprensa sobre os valores que estariam em negociação. O acordo com a Dassault, do avião Rafale, teria um custo de US$ 6,2 bilhões e um valor de manutenção de US$ 4 bilhões, totalizando US$ 10,2 bilhões. A norte-americana Boeing, com o F-18, custaria US$ 5,7 bilhões, mais a manutenção de US$ 2 bilhões – total de US$ 7,7 bilhões. Por fim, a sueca Saab, dona do Gripen NG, estaria cobrando US$ 4,5 bilhões, com um custo de manutenção de US$ 1,5 bilhão – US$ 6 bilhões ao todo.

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