O Senado e a Câmara deverão criar uma comissão mista para analisar a proposta de reforma política que o governo deverá entregar hoje aos presidentes das duas Casas, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) e deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). A idéia é que deputados e senadores elaborem conjuntamente um texto de reforma política para facilitar a votação de mudanças e para evitar projetos distintos nas duas Casas que nunca chegam a ser aprovados de forma conclusiva.

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Politicamente, para não causar reações negativas dos parlamentares de que o governo estaria impondo um projeto, a proposta que será entregue hoje à tarde pelos ministros de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Tarso Genro, está sendo tratada como uma sugestão dentre as várias propostas em tramitação na Câmara e no Senado.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES) já apresentou formalmente o requerimento de criação da comissão mista de reforma política. O requerimento precisa ser votado em sessão do Congresso. “O esforço é que avancemos um pouco mais, mesmo que não votemos uma reforma completa”, afirmou Casagrande

O financiamento público exclusivo de campanha, um dos pontos apontados como fundamentais para conter abusos econômicos e garantir isonomia na disputa eleitoral, continua polêmico, porque vem junto com a chamada lista pré-ordenada dos candidatos (quando o eleitor vota em uma lista elaborada pelo partido político).

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“O financiamento público é ideal, mas, se não for possível, podemos estabelecer alternativas, começar fixando limites”, afirmou Casagrande. “Não vamos votar uma reforma política de uma vez só. Vamos começar fazendo o que for possível fazer e não o ideal”, disse Casagrande.