Reforma leva o governador a Brasília

O governador Roberto Requião vai hoje a Brasília participar da reunião com os demais governadores do PMDB que pretendem formular a versão final de uma proposta para a reforma tributária.

A convocação é para uma reunião com um tema técnico, mas as discussões irão derivar para as posições políticas do partido, que está dividido entre a ala governista, que apóia a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o grupo ligado ao atual presidente do partido, Michel Temer, que lidera um movimento pelo lançamento de candidatura própria à sucessão presidencial no próximo ano.

Requião vai levar a Brasília a mesma posição que vem sustentando mais recentemente, de apoio à tese da candidatura própria, mas pregando antes a formulação de um programa de governo pelo partido. O governador do Paraná tem dito que não se pode "colocar o carro na frente dos bois" ao organizar prévias para a escolha de um candidato a presidente, sem que antes o partido tenha discutido uma proposta para o país.

Requião, que entre os peemedebistas paranaenses é cotado para disputar a prévia programada para o segundo semestre e concorrer à indicação para ser o candidato a presidente pelo partido, recusa-se a discutir nomes antes que o partido afine o discurso e bata o martelo sobre um projeto de governo. Para o governador, o PMDB tem que assumir um programa com propostas claras e somente depois disso deve discutir se entra na disputa com candidatura própria ou se faz uma aliança.

A nova posição do governador do Paraná – inicialmente ele não tinha dúvidas de que o partido tinha que ter um candidato próprio – foi amadurecendo depois que viu o grupo que lançou a idéia de decretar a independência do PT oscilar entre o rompimento com o governo e a negociação de cargos. O governador ficou com um pé atrás e agora prega a elaboração do programa, antes de qualquer decisão.

Paralelamente, o governador tem evitado se defrontar com os petistas principalmente depois que o diretório nacional do PT incluiu o Paraná no rol dos estados onde é possível o partido deixar de lançar candidato próprio para possibilitar um acordo com o PMDB. A aliança com o PT interessa ao governador que há duas semanas chegou a pedir a seus aliados na Assembléia Legislativa que reduzam as críticas ao governo Lula.

Reforma tributária

Sobre a reforma tributária, o governador vem defendendo alguns pontos básicos que já fazem parte da pauta comum entre os governadores peemedebistas da região sul. Requião, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul, vêm se mobilizando para cobrar do governo o pagamento das compensações pela Lei Kandir, que em 97 retirou dos estados o ICMS das exportações.

No ano passado, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, se comprometeu com os governadores a investir R$ 9 bilhões num fundo de compensação à Lei Kandir. "Mas ele não cumpriu o acordo porque só repassou R$ 5,2 bilhões. A diferença ficou como prejuízo para os estados", tem reclamado o governador do Paraná que junto com os governadores da região Sul têm pressionado o governo a cumprir o acordo.

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