Rede não tem pretensão de ser a resposta, mas de atualizar a política, diz Marina

A ex-candidata presidencial Marina Silva afirmou nesta quinta-feira, 23, que, neste momento, as experiências horizontais de política, que se aproximam de instrumentos de democracia direta, são tentativas “de transição” e que, por ora, não substituem a democracia direta.

Marina disse que não pode prever o futuro, mas que hoje acredita que esse modelo pode ser usado junto com a democracia representativa, até como forma de melhorá-la.

“A Rede assim como partidos sendo criados hoje, mundo a fora, a gente não pode ter a pretensão de já sermos a resposta. Nesse momento, as tentativas são de atualizar a política. Não queremos negar a democracia representativa, mas trazer o aporte da democracia direta. Isso é perfeitamente possível, está todo mundo correndo atrás de como fazer isso”, disse.

Experiência argentina

Marina participa de um evento para discutir ferramentas digitais para ampliar as possibilidades de democratizar a representação política, coordenado pela organização Eu Voto. Ela participa da discussão com Santiago Siri, cofundador do partido de la Red, da Argentina.

Marina disse que amanhã, representantes da Rede farão um seminário para trocar experiências com a legenda argentina.

Inovação

Santiago Siri disse que a proposta de democracia digital é um projeto de médio e longo prazo e que por isso superará a questão da atual exclusão digital. “Sabemos da responsabilidade que significa inovar sistemas políticos, é uma responsabilidade muito grande”, afirmou ao explicar que, por isso, o de la Red iniciou sua atuação em Buenos Aires.

“Queremos hoje essa representatividade começando pelas cidades, mirando o futuro em que haverá conectividade plena. Construímos não para o mundo de amanhã, mas para daqui a 20, 30 anos”, disse Siri.

O partido de la Red foi oficializado em 2013, com atuação em Buenos Aires, e propôs uma espécie de projeto piloto de democracia digital direta no Legislativo municipal da capital argentina.

O partido usa um software livre, chamado Democracia OS, em que votações de projetos de lei são discutidos com eleitores e os parlamentares da legenda se comprometem em votar pela decisão tomada por meio do software.

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