A Executiva Nacional da Rede abriu nesta quarta-feira, 19, um processo por infidelidade partidária contra o candidato do partido ao governo de Pernambuco, Julio Lossio, que se aliou a apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Lossio, que pode ser expulso da sigla e ter o registro de candidatura cassado, deve apresentar sua defesa nesta quinta-feira, 20.

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Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, Lossio se aliou a Luiz Meira (PRP) e a Gilson Machado (PSL), apoiadores de Bolsonaro. Ao abrir o processo, a Executiva alegou que a Rede não está coligada com o PRP em Pernambuco, e que o estatuto da legenda e a legislação eleitoral vetam alianças sem coligação.

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A presidenciável da Rede, Marina Silva, desautorizou “toda e qualquer articulação que possa, no mínimo, flertar com esse tipo de postura autoritária e antidemocrática”, ao ser questionada sobre o apoio de bolsonaristas ao candidato de seu partido.

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Lossio afirmou que mantém seu “apoio em favor de Marina”, mas que já espera uma punição. “É um direito deles”, afirmou. Ele, no entanto, criticou seus correligionários pernambucanos, a quem chamou de “laranjas-lima, verdes por fora e amarelos por dentro”, em alusão às cores da Rede e do PSB, hoje no comando do Estado.

“Parte dos integrantes da Rede gostaria que nossa campanha fosse algo apenas para fazer papel coadjuvante e servir ao projeto do PSB. Eles tinham cargos no governo e parecem querer voltar aos braços do Palácio das Princesas (sede do Executivo do Estado)”, disse Lossio.

Segundo o professor de Direito Eleitoral Alberto Rollo, a expulsão e o cancelamento do registro não são automáticos. Cabe à Justiça Eleitoral analisar o pedido do partido. Além disso, a Rede não poderia substituir Lossio, uma vez que o prazo para troca de candidatos terminou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.