Acuado e abandonado politicamente, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), tenta minimizar o impacto da crise do “mensalão do DEM” com visitas solitárias a obras de seu governo.
Ontem, ao aparecer na construção da nova rodoviária, ele admitiu, em uma rápida conversa com o Estado, o estrago causado pelo vídeo em que recebe, em 2006, R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, seu ex-secretário de Relações Institucionais. “Eu reconheço que, num primeiro momento, as imagens são fortes e ruins”, afirmou.
Nem as escapadas solitárias para as obras ajudam Arruda a esquecer da crise política: a nova rodoviária, avaliada em R$ 45 milhões, é tocada pela construtora do empresário José Celso Gontijo, flagrado em vídeo distribuindo propina durante o governo de Arruda.
Esse contrato foi fechado pelo ex-secretário de Obras Márcio Machado (PSDB), responsável por uma planilha de caixa 2 da campanha de Arruda, revelada pelo Estado.
O governador demonstrou à reportagem confiança em sua base aliada, maioria na Câmara Legislativa, para barrar os processos de impeachment. “Esse problema de impeachment está equacionado. As pessoas sabem diferenciar as coisas. As armadilhas que a vida prepara os advogados saberão responder bem.”