A analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva, investigada pela corregedoria da Receita Federal pela quebra de sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, foi afastada da chefia da agência do Fisco localizada em Mauá (SP) em 2 de julho e entrou em férias dez dias depois. A Delegacia da Receita Federal de Santo André, onde Antonia está lotada desde o fim de maio, negou que sua ausência do cargo, em plena investigação, esteja relacionada a uma possível punição pela quebra de sigilo do dirigente tucano.
Antonia sofre processo administrativo disciplinar, aberto pela corregedoria da Receita no dia 21 de junho. A sindicância revelou que o acesso da servidora aos dados de Eduardo Jorge foi “imotivado” – isto é, está na contramão das únicas condições aceitas: trabalho de rotina de fiscalização e requisições do Judiciário e da procuradoria. A Receita se negou a divulgar o nome da funcionária.
Uma servidora da Receita disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a apuração do caso ocorre de maneira natural e dentro do prazo legal, de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 para contraditório e ampla defesa, e que não se pode incriminar Antonia sem levar em conta todos os trâmites necessários. “Isso não tem nada a ver com eleição”, afirmou. Os dados fiscais do tucano fariam parte de suposto material levantado pelo chamado “grupo de inteligência” da pré-campanha da petista Dilma Rousseff.