Com 36 assinaturas, o vereador Rogério Campos (PSC) reapresentou ontem proposta para proibir motorista de ônibus do transporte coletivo de cobrar passagem. Na segunda-feira, o vereador Valdemir Soares (PRB) retirou pedido de urgência de matéria similar, para permitir maior debate. A justificativa para o arquivamento foi o argumento da Urbs que a tarifa encareceria R$ 0,05 se houvesse necessidade de contratar cerca de 500 cobradores e adequar os micro-ônibus.
Campos propõe alteração no primeiro artigo da lei municipal que veda às empresas de transporte coletivo exigir que seus motoristas exerçam de forma concomitante as funções de conduzir os ônibus e cobrar passagens. A lei passou a valer desde 27 de março deste ano, após prazo de quatro meses para as permissionárias se adaptarem.
Alteração
Enquanto o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) alega descumprimento da lei, a Urbs, gestora do sistema, argumenta que cumpre a lei porque os motoristas estão orientados a só cobrar com veículos parados. Representante da categoria dos motoristas e cobradores, Campos explica que retirou do texto a palavra “simultânea”, mantendo a proibição do acúmulo de serviço. “Eles continuam exercendo a dupla função por causa de pegadinha na interpretação da lei. Queremos apenas alterá-la, para garantir que não haja mais dúvida”.
A proposta de alteração na lei vai tramitar pelas comissões da Câmara de Curitiba antes de ser votada em plenário. A questão que “pega” é como aplicá-la sem pesar no bolso do passageiro. Para Campos, “quando a Urbs autorizou os empresários a comprarem ônibus menor, já ganharam dinheiro na compra de veículos que gastam menos pneu e combustível. Já tiraram emprego de três cobradores por ônibus, só tiveram lucro em cima de lucro e não baixaram um centavo sequer para a população nem trouxeram uma só benfeitoria para o transporte coletivo”. Segundo Campos, a CPI do Transporte Coletivo tem elementos que apontam possibilidade de redução de R$ 0,50 a R$ 0,70 na tarifa técnica.
