Um dos autores do pedido de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Junior afirmou, em entrevista ao Broadcast Político, que já trabalha em um esboço das alegações finais que ele e Janaína Paschoal apresentarão à comissão do impeachment por escrito. Segundo o jurista, o documento vai comprovar a “política fiscal eleitoreira, absolutamente irresponsável” da presidente afastada.

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As alegações finais devem ser apresentadas pelos autores do processo até duas semanas depois do interrogatório de Dilma Rousseff na comissão, sugerido pelo relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) para acontecer no dia 20 de junho, mas o jurista demonstra disposição para adiantar a apresentação.

Reale Júnior rebate a crítica ao fato de o governo Temer ter ministros envolvidos no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. “Era muito maior o número de ministros do governo Dilma envolvidos na Lava Jato. Quem está envolvido? O Henrique Alves (Turismo)? Ele era ministro da Dilma. Os ministros envolvidos na Lava Jato no governo Temer são os mesmos que estavam no governo Dilma”, diz.

O jurista argumenta que esse desgaste não será suficiente para a presidente afastada reverter o processo de impedimento contra ela no Senado Federal. “Dilma não vai ser absolvida por deslizes do governo Temer, ela vai ser condenada pelos deslizes que ela praticou.

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Ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso e professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Miguel Reale Júnior participa do lançamento do livro que coordenou com diversos autores – entre eles Janaína Paschoal – “Direito Penal – Jurisprudência em debate”. No livro, não há qualquer menção sobre ele ou Janaína serem autores do processo que afastou Dilma Rousseff temporariamente do poder.

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