Um reajuste de 25% aprovado pelos vereadores em seus próprios salários causa protestos em Colina, cidade de 18 mil habitantes, no interior de São Paulo. O aumento, que elevou de R$ 6 mil para R$ 7,5 mil o ganho mensal de cada um dos 11 vereadores foi aprovado por 6 votos a 4 em sessão extraordinária, no último dia 27 de setembro. Os novos salários valem para a próxima legislatura, mas só cinco vereadores se reelegeram. Os manifestantes querem que o salário baixe para R$ 1,2 mil.
Na segunda-feira, dia 3, moradores lotaram a Câmara para exigir que o reajuste fosse revogado e os salários atuais, reduzidos. Houve tumulto e a presidente da Casa, Edinalva de Oliveira de Souza (PSDB), suspendeu a sessão. Três dias antes, moradores já haviam feito uma passeata de protesto na região central da cidade. O jornalista João Roberto Felici, dono do jornal “O Colinense”, disse que o aumento foi aprovado “na calada da noite”. “Pedimos informações à Câmara no dia 26 de setembro e até hoje (dia 3) não tivemos retorno.”
No Facebook, os organizadores do protesto criaram a página “Movimento Popular de Colina” e postaram abaixo assinado contra o reajuste. Os organizadores dizem que haverá protestos em toda sessão semanal da Câmara. Eles alegam que, para trabalhar quatro dias por mês, o vereador ganha quase cinco vezes o que ganha um gari, que “rala” todos os dias.
A reportagem entrou em contato com a Câmara durante o expediente e tentou falar com os vereadores, mas foi informada de que só a presidente poderia se manifestar. Edinalva, segundo sua assessoria, se encontrava ausente e sem telefone. A assessoria informou que entraria em contato com a presidente, mas até o início da noite desta quarta-feira, 4, ela não havia dado retorno.