As relações entre a bancada estadual do PT e a liderança do governo na Assembleia Legislativa foram abaladas pela votação do projeto de reajuste de 6% dos salários dos servidores públicos estaduais.

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Ontem, o líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse que, a partir de agora, os petistas que se abstiveram ou votaram contra a orientação do governo no projeto de reposição salarial perdem o status de aliados junto ao governador Roberto Requião (PMDB).

Romanelli disse que o governo precisa saber com quem pode contar em plenário na votação dos seus projetos. “A nossa avaliação é que somente podem ser prestigiados os deputados com quem podemos contar nas horas boas e difíceis. Os aliados têm que sustentar as políticas desenvolvidas pelo governo. Ou então, são oposição”, afirmou o líder.

Dos seis deputados petistas, Péricles Mello, Luciana Rafagnin e Elton Welter se abstiveram na votação das emendas. Tadeu Veneri e José Lemos votaram a favor das emendas e apenas Pedro Ivo Ilkiv votou com o governo.

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O líder da bancada do PT, Péricles Mello, disse que a divisão ocorreu porque as emendas – cinco propostas da bancada do PT e outras doze da oposição – foram votadas em bloco.

“Optei pelo que achei que seria a posição mais correta. Queríamos aprimorar o projeto e tentamos votar as emendas em separado, mas fomos derrotados”, disse.

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O líder do PT classificou como “intrigas” as ameaças feitas pelo líder do governo em entrevistas. “Não é intriga que pauta o PT. Quero que ele (Romanelli) diga isso na tribuna da Assembleia Legislativa. E se ele disse mesmo é um grande equívoco”, declarou Mello. Ele comentou ainda que não acredita numa mudança de tratamento de Requião com os petistas. “Ele conhece a postura dos deputados do PT”, afirmou.

O deputado Elton Welter disse que se tivesse havido o que chamou de discussão “franca e sincera” o resultado da votação seria mais benéfico aos servidores. Segundo ele, faltou desprendimento para que as negociações em torno da aprovação das emendas avançassem. “Eu quero ouvir a posição do governador. Ele que nos diga o que pensa. Eu sei que estou na Assembleia Legislativa colaborando com o governo”, afirmou.

Dúvida

A votação também criou mal-estar na bancada do PPS. O deputado Felipe Lucas desrespeitou a orientação da executiva estadual do partido, que enviou ofício à bancada recomendando a aprovação das emendas. A dúvida era saber se a posição da executiva foi resultado de fechamento de questão no partido.

Em caso afirmativo, Felipe Lucas fica sujeito até a expulsão do PPS. Foi o fechamento de questão da executiva peemedebista que levou o deputado Mauro Moraes a recuar da apresentação de emendas ao projeto.