Aproveitando o reinício das atividades na Assembléia Legislativa do Paraná, os trabalhadores iniciaram também o ano das reivindicações. De vigília no Centro Cívico, em frente ao Palácio Iguaçu, desde às 9h, os servidores das diversas secretarias do Estado reivindicavam direitos, principalmente salariais.
À tarde, a manifestação ganhou força e apoio de lideranças sindicais ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), no plenário da Assembléia Legislativa. Todos esperavam ouvir propostas do governador Roberto Requião, quanto ao salário mínimo regional e o reajuste dos servidores, que vieram. Requião estipulou um salário mínimo regional variando de R$ 427 a R$ 437 e concedeu reajuste, de 25,56 a 88,10%, aos servidores.
A princípio o presidente da CUT-PR, Roni Anderson Barbosa, aprovou a proposta. "O salário mínimo será escalonado e as categorias vão ter pisos diferentes para evitar qualquer problema de inconstitucionalidade. O Paraná tem condições de ter um mínimo diferenciado. Tem uma economia forte", disse. No entanto, Barbosa ainda não sabe, exatamente, que categorias serão beneficiadas.
Representando, além do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP Sindicato), o Fórum Estadual de Servidores Públicos, o professor José Lemos disse que o principal pedido dos servidores foi a inclusão. "Todos os servidores, da Saúde, Agricultura, Educação, Meio Ambiente, queremos que, pelo menos, sejam incluídos no salário mínimo. Como é que o governador propõe um novo salário mínimo e deixa os servidores de fora?", disse. Além do salário mínimo, Lemos disse que há outras reivindicações. "Também queremos reposição salarial e que os aposentados sejam reenquadrados na tabela de vencimentos. Além disso, em dezembro, os salários dos cargos comissionados do Estado foram reajustados em 49%. Por que não foi feito o mesmo para todos os servidores?", pleiteia o representante do Fórum de Servidores.
Encerrada a sessão, Lemos diz que os servidores também saíram satisfeitos. A reivindicação para que os servidores públicos fossem beneficiados pelo salário mínimo destinado a algumas categorias da iniciativa privada não precisará mais ser levada adiante. O aumento dado pelo governo do Estado superou o valor do salário mínimo regional. O governador propôs um reajuste salarial que varia de 25,56% até 88,10%. O piso da categoria que era R$ 221, e só chegava a R$ 400, com abonos e gratificações, subiu para R$ 580.