Desligado há um mês do PFL, o deputado estadual Rafael Greca filiou-se ontem ao PMDB em solenidade no Salão Nobre da Assembléia Legislativa. Os presidentes estadual e municipal do partido – respectivamente o deputado federal Gustavo Fruet e Doático Santos – não compareceram à solenidade. Os dois se opunham ao ingresso de Greca na sigla. Em compensação, Greca teve a ficha abonada pelo vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, e foi cumprimentado por vários deputados estaduais do partido e pelo chefe da Casa Civil, Caíto Quintana. O diretório de Curitiba esteve representado pela vice-presidente, Lucia Requião Arruda.
Greca ignorou as reações contrárias à sua filiação e disse que estava se sentindo à vontade por ter sido acolhido no partido por Pessuti e a bancada estadual. Afirmou ainda que não acredita nas ressalvas feitas por Gustavo e afirmou que o convite para entrar no PMDB partiu do governador Roberto Requião, há cerca de um ano.
“A iniciativa foi dele (Requião) e ele sabe disso”, afirmou. Greca disse que sua aproximação do governador começou no primeiro turno da campanha eleitoral do ano passado, quando Requião não era favorito nas pesquisas e foi a sua casa pedir apoio. “O governador sabe perdoar e eu também sei. O passado é o que de bom ficou do passado. Com ele, vamos construir o futuro”, comentou.
Para o deputado, as divergências entre ele e Requião durante toda a sua carreira política já foram superadas. “O povo se lembra dos bons prefeitos que nós dois fomos. Prefeitos com alma”, disse o deputado, que considerou sua filiação ao PMDB uma forma de se redimir da sua participação na eleição do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PFL). “Esse é um prefeito desalmado e triste”, provocou.
Greca confirmou que entra no PMDB com a intenção de apresentar seu nome como pré-candidato à Prefeitura de Curitiba, no próximo ano. “A intenção é fortalecer o partido. Ainda é cedo para falar em nomes. Mas é importante que o PMDB tenha candidato. E eu coloco meu nome para disputar de vereador a presidente da República”, brincou.
Outro nome que pode gerar polêmica se sua filiação for confirmada é o do deputado estadual Cleiton Quielse, que também cogita trocar o PFL pelo PMDB. A bancada estadual já tem um veto a Cleiton. Um dos maiores opositores à sua filiação é o deputado Mário Bradock, que tem a mesma base eleitoral que Cleiton.