Quintana tenta superar crise na base governista

O secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, reuniu-se ontem no final da tarde com os deputados da base aliada para tentar contornar um princípio de crise que pode atrapalhar a votação de projetos importantes para o Palácio Iguaçu, como o aumento de salário dos secretários e o veto ao reajuste retroativo a fevereiro dos professores estaduais.

As duas matérias estão prontas para ir a plenário – o reajuste dos secretários foi aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça – mas a votação tende a ser adiada para a próxima semana. No substitutivo votado ontem na CCJ, os vencimentos dos secretários foram fixados em R$ 11,9 mil.

A distribuição de recursos e equipamentos nos municípios que compõem as bases eleitorais dos deputados é apontada como a origem do mal-estar gerado entre os aliados do governo na Assembléia e alguns secretários de Estado, entre eles, o próprio chefe da Casa Civil. O líder do governo, Natálio Stica (PT), afirmou que há “discordâncias regionais” entre deputados e secretários, com os primeiros se sentindo preteridos em solenidades realizadas pelo governo no interior.

Stica nega que as “discordâncias” possam interferir nas votações, mas o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), confirmou que somente irá colocar as matérias em votação na próxima semana. O líder do governo comentou que está mediando um acordo entre as duas partes para que os deputados possam ser “mais prestigiados” nas atividades do governo no interior do Estado.

Ontem à noite, após encerrar a conversa na Assembléia Legislativa, o secretário da Casa Civil convidou os deputados aliados para um jantar na sua casa, onde a conversa continuaria.

Sintonia

O descontentamento dos deputados com setores do governo tem se traduzido em comentários ásperos até de peemedebistas sobre a articulação política do Palácio Iguaçu. O deputado Nereu Moura (PMDB) criticou ontem a forma como o governo conduziu o caso do reajuste dos professores. “Os professores estavam há dez anos sem reajustes. Aí, o governador vem e faz um belo plano de carreira, dá a reposição que eles esperavam e o que acontece? Nós, ao invés de receber o agradecimento dos professores, estamos sendo pressionados a votar para derrubar o veto. É óbvio que o governo errou na articulação política e na elaboração da proposta. Foi uma trapalhada em cima da outra”, disse Moura, referindo-se aos erros no cálculo do impacto da implantação do Plano nos gastos com pessoal.

O deputado peemedebista afirmou ainda que por conta do que chamou de “falhas na articulação política”, o governo vem tendo dificuldades para aprovar suas matérias. “As votações têm sido de 29 a 28. É uma margem estreita. Do jeito que está indo, se continuar nesta trajetória, logo estaremos perdendo”, disse.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo