A pré-candidata à Presidência da República nas eleições 2018 pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva, aproveitou sua passagem pelo interior de São Paulo para criticar o Centrão e o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, nesta terça-feira, 24. A ex-ministra relacionou o tucano e o bloco de partidos do DEM, PP, PR, PRB, Solidariedade, ao presidente Michel Temer e à crise.
“Os que criaram o problema não vão resolver o problema”, disse à Rádio São Carlos, referindo-se ao candidato do PSDB e ao Centrão. Marina participará de cinco entrevistas a rádios na cidade paulista e, mais tarde, de uma agenda com a população. Logo na primeira entrevista, ela relacionou Alckmin a Temer, considerando que os dois têm o apoio do Centrão.
Na segunda-feira, 23, em Piracicaba, a ex-ministra também atacou os adversários que terão a maior parte do tempo de rádio e TV na propaganda política eleitoral – “o condomínio do Alckmin é agora o condomínio que era da Dilma em 2014”, disse.
A presidenciável não poupou também Jair Bolsonaro (PSL), único adversário na disputa que sai na sua frente nas pesquisas de intenção de voto e que lidera as enquetes. “Discordo do Bolsonaro, não vamos resolver a segurança pública distribuindo armas para a população”. Ela exemplificou citando que hoje muito policial tem a casa invadida para que armas sejam roubadas. “Então você imagina um cidadão comum achando que vai se defender com a liberação do porte de arma”.
Apesar das cutucadas nos adversários, a pré-candidata garante que não quer guerra na campanha eleitoral e que vai combater ideias e não pessoas. “Não vou agredir ninguém”, afirma.
Marina falou ainda que entende a descrença do povo hoje com a política, mas que anular o voto não é a melhor alternativa. “A gente não pode entregar para os outros o que tem o direito de fazer, o cidadão pode demitir aqueles que iludiram o povo”. Para completar em seguida: “Estou persistente, sem persistência a gente não vai mudar”.
Marina se disse contrária ao aborto e defende plebiscito sobre o tema. “Sou contra, defendo a vida”, disse Marina ao ser questionada por religiosos sobre o aborto. No entanto, ela lembrou que alguns casos, como quando há risco para a gestante, essa prática já é permitida. “Se for mudar além do que existe na lei, defendo que seja feito um plebiscito”, justificou.
A passagem de Marina por São Carlos deve ser encerrada à noite com uma palestra no Centro do Professorado Paulista (CPP). A ex-senadora também foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula e já disputou a Presidência da República duas vezes, nos anos de 2010 e 2014, terminando ambas as eleições na terceira colocação.