Eleição

Quadro sucessório no Estado está indefinido

A doze dias do início do prazo das convenções, em 10 de junho, o eleitor paranaense ainda não sabe quem serão os candidatos ao governo nas eleições de outubro.

À exceção dos tucanos, que estão em pré-campanha pelo ex-prefeito de Curitiba Beto Richa, e dos partidos nanicos com suas candidaturas quase anônimas, o que se tem no cenário são as possibilidades de candidaturas do senador Osmar Dias (PDT) e do governador Orlando Pessuti (PMDB). A decisão desses dois é que irá completar o quadro das candidaturas ao governo.

Osmar e Pessuti estão enredados na mesma teia política. Se um for candidato, dificilmente o outro estará na disputa, a menos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) consiga a proeza de convencer Osmar Dias a concorrer sem o apoio do PMDB, apenas assentado numa aliança com o PT.

Nesse caso, Osmar teria a promessa de ter o PMDB ao seu lado em um provável segundo turno. O desenrolar das conversas, mantidas até agora, recomenda não apostar nesta hipótese. Entre outros fatores, a candidatura do senador Osmar Dias depende de Pessuti concordar em se retirar de cena. Mas não basta o governador aquiescer.

Anderson Tozato
Orlando Pessuti: batendo o pé.

É preciso combinar também com os deputados estaduais. Na última semana, Luiz Claudio Romanelli e Alexandre Curi voltaram a se movimentar para arranjar um jeito de apoiar, ainda que por baixo dos panos, a candidatura de Beto Richa ao governo.

Numa convenção, eles poderiam apresentar a proposta, mas teriam dificuldade em aprovar, já que o PMDB estará na chapa presidencial do PT e, a combinação tucano-peemedebista não cabe na lei eleitoral.

O fator Roberto Requião também interfere nesta decisão. Embora já não tenha mais o controle total do partido, Requião se sentiria pouco à vontade para colaborar com os planos de Romanelli e Curi.

O ex-governador prefere se livrar de Pessuti como candidato ao governo e subir a um palanque com o senador Osmar Dias como candidato ao governo e ter a petista Gleisi Hoffmann como sua companheira de chapa ao Senado.

Se Pessuti bater o pé e levar adiante a candidatura ao governo, o senador Osmar Dias ainda pode tentar um caminho para garantir-se na disputa. Convencer o PSDB nacional a remover Beto Richa para uma candidatura ao Senado e dar a ele a cabeça de chapa para o governo.

Por mais remota que possa parecer a possibilidade, Osmar já teria tocado no assunto com o pré-candidato a presidente do PSDB, José Serra. Até a possibilidade de Beto ser vice de Serra para abrir espaço para Osmar disputar o governo foi levantada.

Ciciro Back
Osmar Dias: ele vai com quem?

No PT paranaense, todas as projeções já foram feitas. Se a aliança PT, PMDB, PDT não prosperar, há três situações possíveis. A primeira apoiar a candidatura de Pessuti ao governo.

A segunda lançar o ex-prefeito de Londrina Nedson Micheleti como candidato e montar um palanque próprio para a ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da República.

A terceira alternativa nunca foi cogitada oficialmente, mas nos bastidores, é propagada de boca em boca. A saída petista seria esquecer a eleição ao governo e partir para uma solução heterodoxa.

O partido do presidente Lula no Paraná canalizaria todos os esforços para a candidatura de Gleisi ao Senado e de Dilma à presidência da República. Algumas alas do partido acham que Gleisi tem musculatura suficiente para amparar Dilma no Estado sem ter que terceirizar a campanha presidencial.

No leque de aliados de Beto, o PPS ainda amea&cced,il;a com a candidatura do ex-deputado Rubens Bueno. No ambiente tucano, a maioria garante que Bueno quer mesmo é pressionar o PSDB a indicá-lo como candidato a vice-governador na chapa do ex-prefeito de Curitiba. Bueno garante, entretanto, que será candidato se houver disputa entre Osmar e Beto.

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