O PV protocolou ontem um pedido de impeachment do presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), e do 1.º Secretário, Alexandre Curi (PMDB). A direção estadual do PV acusa os dois deputados de quebra de decoro parlamentar.
Ontem ainda, o bloco parlamentar integrado pelas bancadas do PV, PRB e PSB anunciou que vai colocar à disposição o cargo de 5.º Secretário da Mesa Executiva, ocupado por Edson Praczyk (PRB).
A direção estadual do PV alega que Justus e Curi agiram com cumplicidade ao permitirem a existência de um esquema de desvio de verbas públicas, conforme a denúncia feita contra os dois deputados pelo Ministério Público Estadual à Justiça. Na semana passada, o MPE pediu o afastamento de Justus e Curi dos dois principais cargos da Mesa.
Por sua vez, os demais partidos que integram o bloco disseram que a direção estadual do PV decidiu apresentar o pedido de impeachment, sem discutir com os demais que integram o bloco parlamentar na Assembleia Legislativa.
“O PV quis aparecer na fotografia”, ironizou o líder da líder da bancada do PSB, deputado Reni Pereira. Ele comentou que, regimentalmente, nenhum parlamentar pode pedir o afastamento de membros da Mesa Executiva. Por isso, o bloco somente pode retirar o seu representante. “Já que dizem que a manutenção da Mesa dificulta as investigações, vamos colocar o cargo à disposição”, afirmou.
Sem efeito
As duas iniciativas não têm nenhum efeito imediato. O pedido do PV vai ser encaminhado à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa para julgamento, sem prazo determinado.
E Praczyk continua na posição de 5.º Secretário até que a Mesa Executiva decida se aceita seu afastamento. Como a eleição para os nove cargos da Mesa é feita de forma coletiva e não individual, Praczyk somente se afasta do cargo se a Mesa concordar, explicou Pereira.
Praczyk afirmou que vai aguardar a posição da Mesa. “A decisão de me indicar para o cargo foi do bloco. Então, o bloco pediu e o cargo ficará disponível. Mas até que venha uma posição da Mesa, continuo no cargo”, justificou o deputado do PRB, que chegou à sessão pouco antes da sua conclusão e por isso, alegou que não formalizou o pedido de saída da Mesa.
Justus comentou o pedido de impeachment. “Sou um homem de formação jurídica e democrática. Vejo com naturalidade a ação. Faz parte do processo democrático”, afirmou Justus. Ele informou que irá encaminhar o documento para o Departamento Legislativo, que envia o pedido à Comissão de Ética.