“A situação é grave e, obviamente, deve ser objeto de apuração aprofundada. O órgão é um dos mais importantes, e a gravidade do caso é proporcional a essa importância. Mas isso não deve ser usado de forma eleitoreira”, disse o candidato.
Leal admitiu, no entanto, que a exploração do caso pela candidatura de José Serra (PSDB), pode, até, beneficiar Marina, pois enquanto a imagem de Dilma Rousseff (PT) é atingida pelas denúncias, a rejeição ao candidato tucano cresce por conta de sua postura agressiva e Marina é a única candidata que cresce nas pesquisas.
“O eleitor é dono de seu voto e está sabendo interpretar o posicionamento que cada candidato está adotando. Nós somos fiéis aos nossos princípios, de discutir programa, debater o futuro do Brasil. A eleição é importante demais para que se use para desinformar a sociedade”, disse.
Leal disse que a candidatura de Marina se apresenta como a terceira via desta eleição e como a única programática, “pois as outras duas, por conta das alianças que fizeram, tornaram-se pragmáticas. A gestão do Estado não pode ser distorcida em função das alianças. Essa é a principal diferença que estamos pregando. Melhor marchar sozinhos, que fazer alianças que nos obrigam a abrir mão de programas, de princípios e de visões de país”, disse
Presidente de uma grande empresa do setor de cosméticos, Leal disse que aceitou ser o vice de Marina justamente para mostrar que a questão ambiental não é empecilho ao desenvolvimento econômico. “Pelo contrário, é oportunidade”, disse.
“O Brasil tem 22% da biodiversidade mundial e grande parte da água. Temos que saber usar com sabedoria essa “vantagem competitiva’. Enquanto nossa floresta não for transformada em valor econômico, ela continuará sendo transformada em lenha”, acrescentou.
Leal disse que Marina demorou para subir nas pesquisas por ser, dos três principais candidatos, a menos conhecida pelo público. “Não se briga com pesquisas, mas elas demoraram para registrar o que já estamos vendo nas ruas. Os movimentos mais recentes mostram que os eleitores apoiam a coerência dela, o princípio de discutir o país e não questões menores”, disse.
O candidato a vice disse que está confiante na chegada ao segundo turno, mas defendeu que a eleição vá para um novo embate, entre os dois primeiros colocados, independente de quem sejam os candidatos.
“Acredito que lá estaremos, mas, independente disso, defendemos que o segundo turno é muito saudável para a democracia, para que o eleitor conheça ainda mais profundamente seus candidatos. Queremos um segundo turno, com quaisquer candidatos, mas lutaremos para estar lá”, disse, reconhecendo que o crescimento de Marina pode ser decisivo para levar Serra ao segundo turno com Dilma.