A pré-candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva (AC), informou hoje que seu partido já arrecadou R$ 202 mil em doações feitas pela internet à sua campanha. Marina atribuiu o aumento do montante, que somava apenas R$ 2 mil recentemente, à cobertura da imprensa sobre o aparente fracasso das doações pela internet.
“Ontem o Alfredo Sirkis (coordenador da campanha de Marina) disse uma coisa que foi muito interessante. Depois da nota que saiu dizendo que só tínhamos arrecadado R$ 2 mil, subiu para R$ 200 mil. Se vocês continuarem dizendo que é pouco, o povo vai continuar contribuindo mais. Então vocês já estão ajudando”, disse Marina aos jornalistas, depois de participar do evento “Diálogos Capitais”, promovido pela revista CartaCapital, em São Paulo.
O secretário nacional de Finanças do PV, Reynaldo Morais, porém, deu outra explicação para o crescimento da arrecadação. De acordo com ele, os dados do site do partido estavam desatualizados desde fevereiro e o sistema estava em fase de testes. Com a atualização, o montante arrecadado com 90 doadores chegou a R$ 202 mil, resultado de uma campanha feita pelo partido com empresários, profissionais liberais e simpatizantes do PV e de Marina.
“Vamos continuar a campanha e devemos arrecadar ainda mais com as doações dos filiados, que vão receber cartas a partir deste mês, e com o início da propaganda na televisão e no rádio”, afirmou Morais.
Marina reconheceu que sua campanha não terá a mesma estrutura que a dos pré-candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra, e aproveitou para fazer uma brincadeira com a situação, levando em conta sua proximidade com a temática ambiental. “Já que nosso lema é adaptação e mitigação, vamos trabalhar para nos adaptar e mitigar os impactos de não termos grandes estruturas em relação aos objetivos que queremos”, afirmou.
‘Carrancudos’
No evento, Marina admitiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mais carisma que ela e seus adversários na disputa do Planalto, a quem chamou de “carrancudos”. “Ainda bem que o presidente Lula não é mais candidato, não é? Aí dá alguma chance para nós, os carrancudos”, afirmou.
Sobre a polêmica afirmação de Dilma sobre a resistência à ditadura militar, a senadora disse que os exilados políticos agiram em legítima defesa. “Os exilados políticos não são fujões, são pessoas que continuaram essa luta fora do Brasil e trouxeram para cá inclusive novos ares, como foi o caso do Fernando Gabeira, que ao voltar, junto com Alfredo Sirkis, trouxe a luta pela defesa do meio ambiente”, afirmou Marina.
“Tenho uma posição nessa questão até inspirada na ministra Dilma Rousseff. Quando o senador Agripino Maia (DEM-RN) insinuou que ela era mentirosa, ela fez uma fala que foi comovente para todos nós. Ela disse que era muito fácil dizer a verdade quando você é torturado. Difícil era mentir e não entregar seus companheiros. Inspirado nisso, todos aqueles que saíram do Brasil não fugiram, fizeram um ato de legítima defesa de sua vida, porque é assim que cada pessoa faz quando se sente ameaçada. Age em legítima defesa. Não é fuga.”