O presidente do diretório regional do PMDB, deputado estadual Waldyr Pugliesi, pretende pedir autorização ao diretório nacional para alterar a data das convenções municipais do partido, previstas para o dia 24 de outubro deste ano.
A avaliação da direção estadual é que o calendário atrapalha a organização do partido para as eleições municipais, impedindo a atração de nomes competitivos para as eleições de 2012.
No atual cronograma, as convenções serão realizadas após o vencimento do prazo de filiação dos candidatos à disputa municipal de 2012 que, conforme a legislação eleitoral, vence um ano antes da eleição.
Em vários municípios, lideranças interessadas em se filiar e concorrer pelo partido em 2012 não são aceitas por alguns dos diretórios que podem travar suas candidaturas. “Muita gente de vários municípios já me ligou e me disse que quer entrar, mas já sabe que se não mudar o diretório, não vai conseguir ser candidato. O que acontece é que essas pessoas vão procurar outros partidos e o PMDB perde”, disse Pugliesi.
Dissolução
O PMDB de Curitiba é um caso típico dessa situação. Sob o comando de Doático Santos, integrante do núcleo mais próximo do senador Roberto Requião, o partido dificilmente aceitaria a filiação do deputado Gustavo Fruet, tido por alguns peemedebistas como o candidato dos sonhos a prefeito da cidade.
A única chance de Fruet ter a garantia de que uma transferência para o PMDB significaria uma candidatura líquida e certa, é se o diretório mudar.
O movimento de mudança está sendo discutido na direção estadual. Nesta segunda-feira (21) a executiva estadual começa a discutir se aceita a abertura de um processo de dissolução da atual direção municipal.
O pedido foi feito pelo deputado estadual Reinhold Stephanes Junior, que defende não apenas o retorno de Fruet ao partido, mas também um esforço do PMDB de Curitiba para lançar candidato próprio em 2012.
O grupo de Requião se mobiliza na direção contrária, sinalizando que pretende levar o partido para uma aliança de apoio à candidatura à reeleição do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci.
Para o presidente estadual, a situação no partido começa a preocupar. “Eu estou vendo tudo isso com apreensão porque eu sou partidário da democracia interna. Acho que tudo deve ser discutido no partido e decidido no voto. Se já estamos sinalizando apoio a uma candidatura de outro partido, estamos dizendo desde já que, em Curitiba, queremos ir a reboque”, criticou.