O PMDB interpretou como mais um agrado do PSDB para ter a bancada na base de apoio ao governo a retirada da mensagem que alterava a lei de criação da agência reguladora, incluindo saneamento e energia entre os serviços que podem ser monitorados. “Era um obstáculo às conversas com a bancada”, disse o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi.
O projeto estava sendo combatido pelas bancadas do PT e setores do PMDB, que identificaram na mudança uma brecha para privatizações na Copel e Sanepar. Nem a ida do secretário do Planejamento Cássio Taniguchi (DEM) à Assembleia Legislativa para explicar a proposta reduziu as resistências ao projeto. A bancada do PMDB estava negociando com o governo a retirada das áreas de energia e saneamento da proposta.
Na avaliação de Pugliesi, ao pedir a devolução do projeto, o governador deu uma demonstração de que está disposto a atender às posições do PMDB em defesa das empresas públicas para conquistar o apoio do partido na Assembleia Legislativa. Segundo o presidente do PMDB, uma das premissas do processo de aproximação com o governo tucano é o respeito aos princípios do partido.
Pugliesi afirmou que as conversas com o PSDB avançaram consideravelmente nos últimos tempos. ‘Há diversas manifestações do governo, individual e coletivamente, em contar com o partido”, disse.
Nada a ver
A intenção do governo, segundo Traiano, é reformular o texto da mensagem governamental de forma a deixar bem claro que não existe qualquer possibilidade de privatização de empresas públicas do Paraná. “A retirada do projeto se deu para que se evitasse uma polêmica inútil e desgastante em torno de intenções privatistas inexistentes”, disse Traiano.
O presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), também deu sua explicação para a retirada do projeto. Segundo Rossoni, a mensagem foi “mal encaminhada” e ” mal explicada” e que ao pedir de volta o texto o governo mostrou que tem disposição para o diálogo.
