PTB rompe conversas com oposição em Curitiba

A direção estadual do PTB comunicou ao PT a interrupção do processo de discussão da frente de oposições composta pelo PT, PMDB e PCdoB para disputar a Prefeitura de Curitiba em outubro, tendo como candidato à sucessão de Cássio Taniguchi (PFL) o deputado estadual petista Ângelo Vanhoni. A presença de membros da executiva nacional do partido em Curitiba, no último final de semana, precipitou o processo.

Eles desconheciam o manifesto de vereadores e deputados petistas lançado há 15 dias, contra o ingresso do PTB na frente. Como a cúpula do partido não saiu em defesa dos dirigentes petebistas que se sentiram agredidos, as executivas estadual e nacional do PTB resolveram sair do processo de construção da frente e sinalizar para o lançamento da candidatura do deputado federal Íris Simões a prefeito de Curitiba.

Simões ainda não se manifestou oficialmente a respeito. Antes de aceitar o lançamento, ele pretende conversar com os os outros partidos de oposição que participam da base de apoio ao governo federal, como o PPS, o PL e o PDT. Os três têm pré-candidatos próprios à Prefeitura de Curitiba, que são Rubens Bueno (PPS), o deputado estadual Mauro Moraes (PL) e o deputado Neivo Beraldin (PDT). O encontro de Simões com Rubens Bueno já está agendado para hoje.

A orientação do PTB nacional foi comunicada ao vice-presidente nacional do partido, Flávio Martinez, e a Íris Simões, poucas horas depois de encerrado o Encontro Estadual da sigla, no Restaurante Madalosso, na capital, que contou com a participação do deputado Roberto Jefferson (RJ). Ele determinou que o PTB mantenha o projeto do partido de disputar as eleições majoritárias nos 50 maiores colégios eleitorais do país – o que inclui Curitiba.

Aliança contrapõe deputados na AL

 A aliança entre o PTB e o PT na sucessão municipal em Curitiba está causando desavenças nas duas siglas. Ontem as divergências sobre o eventual acordo eleitoral foram expostas no PTB. Os deputado estaduais Carlos Simões e Jocelito Canto se confrontaram no plenário da Assembléia Legislativa devido a divisão interna do PTB sobre a conveniência de um possível apoio à candidatura do deputado estadual Angelo Vanhoni (PT) à Prefeitura de Curitiba.

Simões se irritou com um pronunciamento feito por Canto, em que criticou o grupo que defende a coligação com o PT. De acordo com o ex-prefeito de Ponta Grossa, o PTB deveria ter candidatos próprios em todos os municípios e principalmente na capital: “O PTB não é um partido de aluguel; não pode ficar se oferecendo. Tem que ser de todos e não de apenas um grupo”, atacou o deputado, observavdo que sua posição era a mesma defendida pelo presidente nacional do partido, deputado Roberto Jefferson (RJ).

Simões reagiu. Disse ao colega que o único petebista autorizado a falar sobre as alianças em Curitiba é o presidente estadual do partido, deputado federal Íris Simões: “Esta é uma questão do PTB de Curitiba. o Jocelito tem nosso apoio para fazer suas composições em Ponta Grossa sem a nossa interferência”, afirmou Carlos Simões, que foi novamente contestado por Canto. Simões então foi mais duro: “Se voce não gosta, caia fora” disse ao correligionário.

Deputados próximos interromperam a discussão, afastando os dois contendores. Mais tarde, já refeito do bate-boca, Carlos Simões atribuiu o entrevero ao nervosismo causado pela proximidade das convenções partidárias. “Há um jogo de respeito no PTB. “Em todo o país cada diretório tem autonomia para discutir suas composições. Qual é o pecado que estamos cometendo em Curitiba? Afinal, estamos apenas conversando com o PT e ainda não há nada fechado. O Íris pode vir a ser candidato. Se não for, haverá uma composição, e ela poderá ser com o PT”, justificou.

Canto manteve sua postura. Disse que fala o que pensa e que sua avaliação no momento é que em Curitiba está se realizando uma negociação para atrelar o PTB ao deputado estadual Angelo Vanhoni.

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