PTB deve apresentar um modelo

Um dos nomes cogitados para ocupar a Secretaria Estadual de Indústria e Comércio na cota do PTB, o delegado regional do Trabalho Geraldo Serathiuk afirmou que antes de fazer qualquer indicação o partido deve expor sua visão de desenvolvimento para o Paraná. Nos dois anos em que vem comandando a Delegacia Regional do Trabalho e integrando os conselhos Estadual do Trabalho e do Senai, Sesi, Senac, Sesc e Senar, Serathiuk pode formar uma visão do desenvolvimento proposto pelos trabalhadores e pelos empresários do Paraná. Por essa razão, acredita que o novo secretário deve construir um outro caminho. Ele adverte que não pode ser aquele do governo passado, "que concentrou crédito e incentivos fiscais a empresas de origem internacional de alta tecnologia e deslocou milhares de pessoas do campo sem qualificação para trabalhar num setor industrial urbano que não agregava mão-de-obra, jogou-as na marginalidade e fez inúmeras empresas paranaenses quebrarem".

Modelo autoritário

Serathiuk observa que vivemos em um estado onde os níveis de desemprego, informalidade, acidentes de trabalho e de trabalho infantil continuam muito altos, fruto daquele modelo de desenvolvimento autoritário: "Qualquer que seja o secretário que assumir deve levar em contra que precisamos fazer uma reengenharia das políticas de créditos, fiscais e de qualificação, que não têm sido suficientes para atender a população de baixa renda e de baixa qualificação, nem incluí -la em padrões mínimos de dignidade".

Ele admite avanços com a inclusão bancária, microcrédito, políticas fiscais e de qualificação, "mas não estamos conseguindo atingir milhares de paranaenses que vivem em situação de vulnerabilidade social. Pelo contrário, o que se vê é que as políticas fiscais, de crédito e de qualificação ajudam alguns segmentos produtivos a manter salários baixos e usar os recursos para qualificação para substituir trabalhadores que ganham mais".

O delegado regional do Trabalho cita ainda casos de empresas que recebem crédito elevado e pagam salários baixos e não adotam padrões de saúde e segurança no trabalho: "Vejo gente batendo palmas em inauguração de empresa que recebeu apoio de crédito de incentivo fiscal e que paga salário próximo do mínimo e mantém seus funcionários trabalhando em condições insalubres. Por isso entendo que há outro caminho. O caminho de criar políticas de crédito, fiscais e de qualificação voltadas à população de baixa renda e que vive nestes verdadeiros ?apartheids sociais? nas periferias dos grandes centros e no campo paranaense".

Serathiuk defende um modelo de desenvolvimento democrático, com formatação tripartite envolvendo os municípios, os sindicatos, instituições de crédito, universidades e órgãos de planejamento:"Talvez seja uma oportunidade histórica do PTB contribuir com o governador, que é sensível a bons projetos. Eu mesmo pedi a ele para incluir os sindicatos de trabalhadores na estruturação dos arranjos produtivos locais que estão sendo desenvolvidos em 26 regiões do Paraná. E ele prontamente pediu para convocar as Federações de Trabalhadores, pois não podemos discutir crédito, incentivo fiscal e recursos de qualificação sem levar em conta nível de renda, informalidade e níveis de acidente do mundo do trabalho".

Lembrou ainda que o governo se comprometeu a estudar uma lei de incentivo à criação de cooperativas de produção solidária e dar apoio com incentivo fiscal e de crédito para os milhares de trabalhadores desempregados "que vivem em condições subumanas e se submetem a ganhar salários de miséria", conclui.

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