PTB defende CPI para contrato da Sanepar

A bancada do PTB está defendendo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar o contrato da Sanepar com a Pavibrás para a realização de obras de saneamento no litoral do Estado. Com apenas três deputados, dois deles aliados ao governo (Carlos Simões e Jocelito Canto) e Fábio Camargo, o PTB não conseguiu o apoio dos deputados de oposição para sua proposta, que precisa de dezoito assinaturas para ser apresentada à mesa executiva.  

A bancada de oposição não quis avalizar a proposta do PTB. O líder da bancada, Valdir Rossoni (PSDB), disse que o grupo somente age em bloco e que prefere aguardar a ida do presidente da Sanepar, Stênio Jacob, e do presidente do conselho de administração da empresa, Pedro Henrique Xavier, à Assembléia Legislativa.

Rossoni questionou a decisão do PTB de tomar a iniciativa de propor a CPI. ?Não estamos fugindo da CPI. Também não estamos correndo atrás de CPI. Mas não seremos massa de manobra. Não estamos aqui para trocar nossos posicionamentos por benesses do governo?, declarou o deputado tucano, referindo-se à pressão de aliados sobre o Palácio Iguaçu.

Acompanhado

A liderança do governo ainda não informou em que data Jacob está disposto a comparecer à Assembléia Legislativa. Como foi convidado, e não convocado, embora já tenha anunciado que irá, o presidente da Sanepar tem a opção de não atender ao pedido dos deputados. A previsão é que Jacob participe da sessão do dia 26.

O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), prefere que o presidente da Sanepar converse com os deputados acompanhado da equipe técnica responsável pelas obras do programa conhecido como ParanaSan. Segundo Romanelli, a participação destes funcionários é importante para dar consistência às explicações e, principalmente, para evitar que os deputados de oposição usem politicamente a explanação do presidente da Sanepar. ?Nós achamos que os funcionários que administram o programa desde à época do governo Jaime Lerner deveriam vir para que haja esclarecimentos e não apenas ataques políticos?, afirmou.

De fora

O contrato da Sanepar com a Pavibrás tem sido tema diário das sessões da Assembléia Legislativa. A oposição concentra suas denúncias no pagamento adicional feito à empresa, no valor de R$ 41 milhões, com a justificativa da necessidade de reequilíbrio financeiro do contrato que, originalmente, era de R$ 69 milhões. Na semana passada, a bancada de oposição questionou o seguro das obras da Pavibrás. O contrato entre a Sanepar e a empreiteira foi rompido em dezembro do ano passado, sem a conclusão das obras. 

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