O PTB está aguardando para esta semana uma posição oficial do diretório estadual do PDT sobre a proposta de coligação majoritária condicionada à coligação para a disputa proporcional. O presidente estadual do PTB, deputado Valdir Rossoni, disse que o senador Álvaro Dias, pré-candidato ao governo pelo PDT, prometeu uma resposta formal do seu partido até terça-feira, dia 27. Álvaro disse a O Estado que irá reunir a executiva estadual amanhã, em Curitiba, para tratar do assunto.
Apesar de o senador já ter garantido ao presidente nacional do PTB, deputado federal José Carlos Martinez, e a Rossoni, que haverá uma composição entre os dois partidos para concorrer à Câmara Federal e à Assembléia Legislativa, a direção e a bancada estadual petebista preferem que a decisão seja avalizada por toda a executiva estadual pedetista. “Nós precisamos saber da posição do conjunto do partido. A posição do senador Álvaro Dias nós já conhecemos”, disse Rossoni.
Álvaro disse que não vê maiores obstáculos para responder à proposta do PTB. Ele mencionou que na semana passada, na festa de aniversário de Martinez, em Brasília, o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, anunciou que, após as eleições, será oficializada a fusão com o PDT. “As duas lengendas trabalhistas vão se unir e com isso está reforçada a tese da coligação no Paraná”, observou o senador.
Veto
Os petebistas querem confirmar se o veto do líder da bancada estadual do PDT, deputado Luiz Carlos Zuk, à coligação proporcional é isolado ou se reflete a opinião de uma ala majoritária do partido. Há uma semana, Zuk discursou no plenário da Assembléia Legislativa, onde anunciou que havia uma rejeição geral do partido à composição com os petebistas. Segundo Zuk, o PDT somente aceitava dividir uma chapa majoritária com o PTB.
Para Rossoni, é necessário que o PDT esclareça formalmente se Zuk expressou uma posição isolada. “Nós temos que trabalhar com fatos concretos. Sabemos que essa não pode ser apenas uma decisão do senador Álvaro Dias. Tem que haver uma posição do PDT enquanto diretório”, comentou o presidente estadual do PTB.
Concessões
Alguns deputados estaduais do PDT asseguram que o discurso de Zuk não representa a opinião geral da bancada. “Foi uma legítima manifestação do deputado porque a coligação é prejudicial à futura formação da bancada do PDT. Mas nós não podemos colocar em risco a coligação para o governo do Paraná. Temos que achar uma forma de superar esses obstáculos”, disse o deputado José Maria Ferreira.
Para o deputado Augustinho Zucchi, o acordo partidário implica concessões dos dois lados. “Numa coligação é preciso ceder de um lado e ceder de outro; num momento, sabemos que a coligação na proporcional é boa para o PTB. Para nós, não sabemos. Antes nós precisamos ver as listas de candidatos dos dois partidos. aí sim, vamos avaliar”, afirmou. Zucchi observa, entretanto, que o PDT deve pensar no projeto majoritário antes de definir sua posição.