PT vai apostar em Samek para a eleição de 2006

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Samek: olhos e ouvidos para Itaipu.

Candidato do PT ao governo do Estado em 94, dez anos depois, o diretor geral da Usina de Itaipu, Jorge Samek, volta a ser cogitado internamente para a sucessão estadual de 2006, em meio a uma efervescência interna no partido, que está se descolando do governo do Estado e prepara a renovação da direção dos diretórios nacional, estaduais e municipais no próximo ano, em eleição direta entre os filiados, que vão votar pela primeira vez em urna eletrônica em uma disputa partidária.

Em entrevista a O Estado, Samek diz que se sente "envaidecido" com a lembrança do seu nome, mas que, no momento, só tem olhos e ouvidos para a administração de Itaipu, que segundo ele, vai fechar 2004 com um recorde de produção de energia. Entretanto, não se furta a falar sobre o futuro das relações PMDB e PT e a eleição de 2006, sobretudo quando provocado sobre a existência de um cisma entre o chamado "grupo de Curitiba" e o "grupo de Londrina", onde está seu provável concorrente interno, o deputado federal Paulo Bernardo, na indicação para a candidatura ao governo.

Samek nega terminantemente a divisão. "Não tem grupo de Curitiba ou grupo de Londrina. Temos o grupo Paraná. Não há uma disputa interna no partido. O que se discute é que o partido está se preparando para ter um candidato majoritário nas próximas eleições", disse Samek. Ele cita que há uma corrente majoritária no partido defendendo a candidatura própria ao governo, da mesma forma que o governador Roberto Requião defende a candidatura própria do PMDB à presidência da República. Mas esta posição não implica rompimento antecipado com Requião, garante. "Na eleição passada, nós já tivemos um candidato no primeiro turno, o Padre Roque. Depois, no segundo turno, o PT foi em peso para a campanha do Requião. Para mim, em 2006, haverá um replay. Estaremos juntos no segundo turno. Pelo menos, esta é a conjuntura deste momento", afirmou.

Quanto ao deputado Paulo Bernardo, o diretor geral da Itaipu o cobre de elogios e acrescenta outros nomes que também podem vir a almejar uma candidatura ao governo pelo partido. "O Paulo Bernardo é um bom nome. Tem um grande espaço e é muito ouvido em Brasília", disse Samek. Mas cita outras possibilidades de candidaturas, como o senador Flávio Arns, o deputado federal Dr. Rosinha, o deputado estadual Angelo Vanhoni, o secretário estadual do Emprego e Relações de Trabalho, Padre Roque Zimmermann e o ex-deputado federal Edésio Passos. "O Flávio Arns é um nome fortalecido e estará na metade do seu mandato. O Rosinha foi o deputado federal mais votado e desenvolve um trabalho importante na integração do Brasil ao Mercosul. Temos o Vanhoni que fez 47% dos votos em Curitiba este ano. E tem o Padre Roque, que foi nosso candidato anterior. Nomes é o que não faltam no PT. Já o Edésio fez mais de um milhão de votos para o Senado", afirmou.

Foco errado

Samek acha que o PT vai enfrentar uma conjuntura favorável em 2006 e discorda da visão de setores à esquerda que viram no desempenho eleitoral do partido nas eleições municipais um péssimo sinal para a sucessão estadual e presidencial. "Como é que o PT foi derrotado nas eleições, se elegeu o prefeito de dez capitais? Perdeu, sim, em cidades importantes, como Porto Alegre, São Paulo e Curitiba, mas no Paraná, dos quatro municípios que têm segundo turno, qual foi o único partido que estava em todos eles? O partido saiu é muito forte da eleição, isso sim", argumentou.

Para o diretor geral da Itaipu, 2005 promete uma boa performance do governo Lula. "Será um ano de colheita. Este ano, houve um processo de nacionalização da eleição, justamente no momento em que estavam sendo feitos ajustes internos. Mas dizer que o Lula atrapalhou, de jeito nenhum. O Lula só ajuda. O que prejudica o país é ficar antecipando o debate eleitoral em dois anos. Existem coisas que precisavam ser feitas para melhorar o país, mas acabam não acontecendo porque fica todo mundo discutindo a próxima eleição. Nós não podemos deixar que o Congresso fique paralisado novamente, em função de uma eleição", criticou.

Samek prevê disputa acirrada

"Vai ser uma bela disputa." É assim que o diretor geral de Itaipu, Jorge Samek, vislumbra o quadro da sucessão estadual de 2006. Samek acha que nos palanques estarão o governador Roberto Requião (PMDB), os irmãos Dias – ou Alvaro (PSDB) ou Osmar (PDT) – o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno, entre outros. "Tem muita gente importante neste quadro. E cada partido está se apetrechando para a disputa", comentou.

O diretor geral da Itaipu disse que o ano de 2005 será para consolidar estas pré-candidaturas. "Todos os partidos estão engraxando suas engrenagens porque 2005 é o momento de ganhar peso, não só para a disputa majoritária, mas também para a Câmara e Senado", disse.

Quando às alianças que o PT poderá fazer, Samek acha que não vai fugir muito do leque nacional de apoios ao governo Lula.

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